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'O sonho do meu marido virou o meu': Shantal Verdelho sobre ser mãe

Renan Oliveira Em entrevista exclusiva ao iG Delas, Shantal Verdelho falou sobre saúde mental, o desejo de aumentar a família e culpa materna
Renan Oliveira Em entrevista exclusiva ao iG Delas, Shantal Verdelho falou sobre saúde mental, o desejo de aumentar a família e culpa materna


“Eu acho que quando você ama muito uma pessoa, alguns sonhos dela viram os seus, e você quer realizar junto”, acredita Shantal Verdelho. Aos 34 anos, a influenciadora é casada com o modelo Mateus Verdelho, com quem tem dois filhos. Recentemente, ela recebeu críticas nas redes sociais após revelar que ser mãe nunca foi um dos seus maiores sonhos, e que a virada de chave aconteceu quando conheceu o marido.

“Quando eu falei isso, talvez tenha ficado um pouco confuso. Parece que eu quis ter filho só por causa dele, mas não foi isso que aconteceu. O que aconteceu foi que o sonho dele virou o meu. Graças a Deus que eu encontrei o Mateus, alguém que fez eu me apaixonar do jeito que me apaixonei por ele, a ponto de sonhar com isso também”, justifica ela. Hoje, eles são pais de Filippo, de 4 anos de idade, e Domenica, prestes a completar 2 anos.

Ser mãe, esposa, influenciadora e empresária o tempo todo não é fácil, é preciso saber ‘equilibrar os pratinhos’. “Eu sinto culpa todos os dias. Se eu estou com meus filhos, me sinto culpada por não estar trabalhando e produzindo tanto quanto eu poderia para eles. Se estou trabalhando, me sinto culpada porque tem outro alguém cuidando dos meus filhos, seja na escola ou então uma babá ou alguém da família. Então, assim, é culpa o tempo inteiro”.

No mês passado, Shantal recebeu a notícia de que o médico Renato Kalil virou réu acusado de violência psicológica e lesão corporal durante o parto da caçula em 2021 — processo sobre o qual a influenciadora preferiu não comentar. Em meio às adversidades e aos compromissos do dia a dia, ainda sobra tempo para cuidar da saúde mental:

“Até me incomoda quando as pessoas falam: ‘Nossa, mas por que será que tudo acontece com você?’. Realmente, tudo acontece comigo, não só de ruim, mas de bom também. Eu acho que eu olho minha vida dessa forma: um balanço de coisas desafiadoras que me trazem lições e coisas incríveis que eu acabo vivendo”.

E por falar em saúde mental, como influenciadora, Shantal Verdelho fica exposta aos chamados “haters” na internet. Ela diz que já sofreu bastante com os ataques, mas hoje prefere nem ler os comentários negativos. “No começo, quando eu recebia qualquer crítica, eu pensava: ‘Meu Deus, será que eu sou ruim assim? Será que essas pessoas estão certas?’. Hoje, eu entendo que não é que eu seja a pior pessoa do mundo, mas é que as pessoas estão assim na internet, elas se sentem à vontade para destilar ódio”.

Confira a seguir o bate-papo completo com Shantal Verdelho!

iG Delas: Quem te acompanha há mais tempo sabe que você é uma pessoa forte e que já passou por alguns momentos delicados. Como você trabalha a sua saúde mental?

Shantal Verdelho: Até me incomoda quando as pessoas falam: ‘Nossa, mas por que será que tudo acontece com você?’. Realmente, tudo acontece comigo, não só de ruim, mas também coisas muito boas. Vou dar um exemplo: ao mesmo tempo que eu sofri um acidente na cozinha, esse acidente me tirou da carreira de chef de cozinha e me colocou na carreira de blogueira, o que possibilitou mudar a vida da minha família inteira. Para mim, ver a felicidade deles e o conforto que eles têm hoje é muito maior do que o tempo que eu fiquei ali no hospital me recuperando da queimadura. Hoje, eu tenho um trabalho que me permite viajar para a Noruega e fazer uma corrida, no sol da meia noite, numa paisagem maravilhosa. Tenho dois filhos maravilhosos, um marido maravilhoso. Eu acho que eu olho minha vida dessa forma e isso me salva, porque eu realmente vejo ela como um balanço de coisas desafiadoras que me trazem lições e coisas incríveis que eu acabo vivendo.

Você já admitiu publicamente que o Mateus sempre sonhou em ser pai, mas você nem sempre quis ser mãe. O que aconteceu para que isso mudasse?

Eu acho que quando você ama muito uma pessoa, alguns sonhos dela viram os seus, e você quer realizar junto. Quando eu falei sobre essa questão, talvez tenha ficado um pouco confuso. Parece que eu quis ter filho só por causa dele, mas não foi isso que aconteceu. O que aconteceu foi que o sonho dele virou o meu. Inclusive, graças a Deus que eu encontrei o Mateus, alguém que quisesse muito ter filhos, e que fez eu me apaixonar do jeito que me apaixonei por ele, a ponto de sonhar com isso também. Hoje, de tudo que eu sou, filha, amiga, empresária, mãe, esposa, dona de casa, enfim, de tudo isso que eu sou, o que eu mais amo ser e a única coisa que eu não abriria a mão de ser na minha vida é de ser mãe.

Hoje, vocês são pais de Filippo, de 4 anos, e Domenica, que no mês que vem completa 2 aninhos. Vocês têm planos de aumentar a família?

Sim, a gente tem muito desejo de ter mais um. Quando eu tava grávida da Domênica, foi até engraçado porque eu falei assim: ‘Mateus, pega a câmera aí, grava. Grava que eu não quero ter outro filho!’. E a gravidez dela foi muito difícil, imagina ficar três meses deitada numa cama levantando só para ir no banheiro. E nisso, quando eu falei para ele gravar, ele falou: ‘Não, pode deixar que eu vou te lembrar. Eu também não quero passar mais por isso não’. Bom, resumo da história: daqui a dois anos, a gente já quer tentar ter outro filho. É muito gostoso, as crianças são muito gostosas. Eu sou muito ansiosa, sempre penso no futuro, fico imaginando uma casa cheia de neto. Na Páscoa, todo mundo em casa, um monte de neto. O Natal com um monte de neto. Aff, deve ser muito bom!”.

E o que mudou na Shantal depois de ser mãe?

Eu sempre fui uma pessoa mais racional e objetiva, e eu não me permitia muito me emocionar. Hoje, eu me emociono muito e me permito me emocionar com pequenas coisas, e isso significa que eu estou sentindo essas coisas, vivendo, dando valor para elas. Eu acho que no final das contas, se um dia, sei lá, a gente morrer e se olhar lá de cima e falar: ‘Caramba, do que eu sinto falta?’. Eu acho que a gente vai sentir falta das pequenas coisas. ‘Ai, nossa, eu sinto tanta falta de estar num barco em Capri’, eu acho que não é sobre isso, acho que é sobre as pequenas coisas do dia a dia que nos trazem alegria, que é ver o sorriso do nosso filho, buscar ele na escola e ver ele correndo até a gente, ver a carinha dele de alegria, dormir junto, morrer de rir de um meme da internet junto com o marido.

Você já sentiu a chamada “culpa materna”?

Nossa, a culpa materna existe a partir do momento que a criança nasce. Eu sinto culpa todos os dias. Se eu estou com meus filhos, eu me sinto culpada por não estar trabalhando porque eu não estou produzindo tanto quanto eu poderia para eles. Se eu estou trabalhando, eu estou me sentindo culpada porque tem alguém cuidando dos meus filhos, seja na escola, seja uma profissional, alguém da família. Então, assim, é culpa o tempo inteiro.

Você sempre foi uma pessoa ativa? Como é a sua rotina de exercícios físicos atualmente?

Desde a época da escola, eu sempre gostei muito de esporte, sempre fiz esporte. E fiz pausas sem neura também. Então, por exemplo, nas gravidezes, eu não pude treinar, tudo bem, parei. No pós-parto, eu espero parar de amamentar ou treino muito fraquinho. Quando preciso de pausas, eu respeito. Hoje em dia, eu estou praticando corrida, que eu estou amando, estou super empolgada. Estou começando a jogar tênis e eu sempre faço musculação, ou pelo menos, tento fazer.

Você começou a carreira na moda e sempre teve intimidade com esse universo. Hoje, é diretora criativa da Hope Resort, marca de beachwear e moda fitness do Grupo Hope. De que forma você busca trazer o seu olhar e o seu estilo pessoal para dentro da marca?

Na verdade, a minha carreira na moda começou desde o berço, porque a minha mãe já trabalhava com moda. Ela era designer da própria marca de acessórios, bolsas, bijuterias, sapatos, e eu via tudo isso desde muito pequenininha. E, quando a gente fala de ser diretora criativa de uma marca, é importante trazer um ponto que pouco se vê: eu não trago só o meu olhar e o meu estilo pessoal para dentro da marca, eu tenho que entender quem é o cliente e o que ele gosta, que não necessariamente é o que eu gosto ou o que eu usaria. Eu acho que essa é uma parte desafiadora da direção criativa: é de você fazer algo para o outro e não para você. Porque você sabe o jeito que você gosta, as cores que você gosta, agora adivinhar o que o outro vai gostar que é difícil.

Além da direção criativa da Hope Resort e da sua carreira como influenciadora, você também possui duas marcas próprias, a Zion Joias e a Zion Wine. Qual o segredo para conciliar a maternidade e todos esses projetos?

Tudo isso vem carregado de muita culpa, mas ao mesmo tempo de um desejo, um sonho de deixar um futuro muito confortável para os meus filhos. Não é fácil conciliar tudo, muitas vezes, preciso deixar de lado algumas coisas pessoais que eu gostaria de fazer. É muito engraçado: todos os compromissos são urgentes, não tem outro jeito, precisa fazer para amanhã, só que amanhã todos os horários estão preenchidos com outros compromissos urgentes e intransferíveis. Então, o que acaba ficando de lado são as minhas coisas pessoais. Mas está tudo bem. Eu acredito que se eu fizesse menos coisas, talvez, eu não me sentiria tão feliz e realizada como mulher, e isso reflete no meu maternar também.

Você já recebeu ataques e comentários maldosos nas redes sociais, como você lida com os haters?

No começo, quando eu recebia qualquer comentário negativo, eu pensava: ‘Meu Deus, será que eu sou ruim assim? Será que eu sou chata desse jeito? Será que essas pessoas estão certas?’. Hoje, analisando mais com calma, eu vejo que falam mal de todo mundo. Tem gente que eu olho e falo assim: ‘Não, essa pessoa não tem como falar mal, é impossível, ela não tem hater’. Aí você procura e acha alguém falando alguma barbaridade. Então, hoje eu entendo que não é comigo, não é pessoal e não é que eu seja a pior pessoa do mundo, mas é que as pessoas estão assim na internet, elas se sentem à vontade para destilar ódio.

Hoje, se, por exemplo, eu saio em algum Instagram de fofoca, eu não leio os comentários, porque sempre vai ter alguém falando mal de você. Para que eu vou fazer isso? Vou fazer o que com toda essa informação ruim sobre mim? Claro que quando vem uma crítica construtiva, é super válido, né? É aquela coisa: a gente está aqui para evoluir, para crescer e, às vezes, a gente não enxerga alguns dos nossos defeitos e erros, mas quando é o ódio pelo ódio, puts, eu prefiro não ler. Antes, eu até respondia, hoje eu simplesmente bloqueio e falo: ‘Vixi, não quero essa energia aqui’ e vida que segue.

E, por fim, como é a sua rotina de cuidados com a pele e o cabelo? Você se considera uma pessoa vaidosa? Tem algum segredo de beleza favorito?

Eu nunca fui de me cuidar muito, de fazer grandes coisas para a pele, o cabelo. Nunca fui essa pessoa que se interessava pelo skincare, até precisar dele. Mas eu sou muito prática, então, todos os meus cuidados com a pele e o cabelo são práticos, que demandam pouco tempo e que sejam efetivos. Falaram que tal shampoo é bom, por que é bom? O que tem nele? E aí, eu realmente vou atrás.

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Fonte: Mulher