Marília

Novas suspeitas projetam 'investigação aprofundada' nove meses após execução no Fragata

Novas suspeitas projetam 'investigação aprofundada' nove meses após execução no Fragata

Nove meses depois de Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior ser atingido por cinco tiros quando chegava para trabalhar em seu estacionamento na rua Dr Reinaldo Machado, no movimentado bairro Fragata em Marília, a investigação sobre sua morte deve ter novidades e ser “aprofundada” após denúncia de extorsão contra família de um dos acusados.

Novas medidas de investigação já estão previstas até em manifestação do Ministério Público do Estado anexada ao processo como resposta em parecer para concordar com o pedido de libertação do empresário Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, acusado de ser o mandante do crime. A justiça revogou a ordem de prisão.

A medida não inocenta Ralf e nem encerra o processo e a investigação sobre ele. Mas é certo que a denúncia de extorsão, que teve como vítima Felipe, filho de Ralf, e como acusado o empresário e agropecuarista Carlos Eduardo dos Reis, 40 anos, levou para o caso da extorsão novos nomes, indicação de conflitos e relações suspeitas.

A manifestação do Ministério Público não cita o que deve ser aprofundado na investigação. Mas um documento entregue à polícia com informações do que seria o registro das conversas no caso de extorsão mostra algumas condutas ilícitas a serem apuradas.  Veja abaixo algumas das reproduções às quais a coluna teve acesso.

– Interferência sobre o depoimento do acusado
“Tem alguém que tem muito acesso a esse cara aí…muito, muito.”
A denúncia de extorsão aponta promessa de que que Anderson Ricardo Lopes, o atirador, seria pressionado a depor em defesa de Ralf e ajudar a criar uma versão para ajudar o empresário, com promessa de pagamento à sua família, que estaria em dificuldade financeira

– Suspeito oculto
“O negócio é o seguinte, eu não posso falar quem mandou, eu não posso falar quem pediu…eu não posso falar nada, só tô fazendo”
As informações reveladas sobre a denúncia de extorsão indicam que o pagamento pedido à família de Ralf – R$ 120 mil – seria dividido pelo menos entre duas pessoas para conseguir acesso e pressionar o atirador.

– Autor protegido
“Aí o outro conseguiu encaixar seu pai, saiu fora, fez uma delação…falou “vou jogar”.
A denúncia de Felipe Gaspar inclui informação de que um autor protegido, que teria sido contratado para intermediar uma agressão contra um desafeto da família e hoje está inserido como testemunha no caso, teria forjado acusação contra Ralf e seria transformado em novo alvo com a mudança de depoimento.

– Nova acusada
Ele muda, ele joga no B. e joga na P….a P. tá sendo investigada, ela não tá descartada.
A conversa registrada envolve ainda a previsão de acusar uma mulher com quem tem Marcondelli, a vítima da execução, teve relacionamento.

– Furto na casa de Marcondelli
Além do documento entregue por Felipe Gaspar, o processo tem um pedido da defesa de Ralf para que sejam apresentadas mais informações sobre furto ocorrido na casa de Marcondelli poucos dias após sua morte. A invasão da casa e retirada de material, que incluiria computador e arquivos, teria sido feita sem arrombamento.

As informações sobre quem entrou, como entrou e o que foi levado se tornaram novos mistérios em uma lista de situações mal esclarecidas que não para de crescer e que vão de uma execução atrapalhada – a moto caiu, a arma caiu, a moto não ligou na fuga – a novas situações, pessoas e relações a serem investigadas.

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