Marília

Júri nesta terça deve ter coronel em banco dos réus em Marília; veja detalhes do caso

Júri nesta terça deve ter coronel em banco dos réus em Marília; veja detalhes do caso

Coronel da reserva na Polícia Militar e empresário em rede de motéis, Dhaubian Braga Brauioto Barbosa, deve sentar no banco dos réus do Tribunal do Júri Popular de Marília nesta terça-feira, dia 26, para responder à acusação de homicídio qualificado na morte de Daniel Ricardo Silva, ajudante geral em suas empresas, morto em outubro de 2021.

Dhaubian está preso desde o dia 4 de novembro daquele ano acusado de premeditação do crime em apuração que envolve ainda acusação de manter arsenal de forma irregular e adulteração na cena do crime. Esteve na cidade para acompanhar uma perícia e reconstituioção da morte. Aguarda julgamento no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.

Na trama, um caso de traição, um colecionador de armas e caçador, um ex-presidiário e uma policial militar companheira do coronel por 12 anos, até o crime. Relembre as principais informações do caso:

Os envolvidos
Dhaubian foi oficial na PM, coronel com comandos na regão, família em Assis, onde conheceu e casou com a policial Adriana Luiz da Silva. Na reserva, passou a dedicar-se à gestão de uma rede de motéis, empresa de obra e produção de hortifrutis na sua chácara, ao lado do motel Fênix em frente ao presídio de Marília.

Daniel Ricardo Silva, com família e vida em Itápolis, chegou a Marília para cumprir pena e estava no regime semiaberto quando foi contratado por Dhaubian. Ao ser libertado, tornou-se funcionário na empresa de obras do coronel. 

Daniel e Adriana tiveram um caso amoroso até a morte do ajudante. ela e o coronel formalizaram dissolução da união estável após a prisão de Dhaubian.

– A última noite
Daniel e Adriana viajaram de forma separada na tarde de sábado, mas estiveram juntos em um motel de Assis até 1h30 do dia do crime. O ajudante foi deixado na rodoviária e Adriana voltou de carro, sozinha, para Marília. Daniel chegou de ônibus, pegou um Uber e foi ao Motel.

– Os tiros
Daniel chega ao motel, de Uber, às 6h08. Passa pela portaria e atravessa um longo corredor em direção a quarto em que dormia, o 19. Imagens mostram que ele passa por uma funcionária e que ao chegar ao final do corredor encontra o atirador.

O vídeo mostra sinais dos disparos, Daniel cai, o atirador faz alguma movimentação no local e sai. O coronel deixa o motel com sua camionete. Foi atingido por um tiro de raspão no ombro direito, um tiro de raspão no flanco direito; um na região da nádega esquerda e um na região sacral – no final da coluna – com entrada de trás para frente.

– A morte
Daniel caminha pela área junto à garagem dos quartos vizinhos. Deixa marcas de sangue na garagem 21, se arrasta pela parede da garagem 22 e cai na entrada da garagem do apartamento 23. Clientes que estavam no motel dizem ter ouvido os tiros e o último pedido de Daniel: socorro.

– Denúncia de fraude com telefone
A polícia apurou ainda que Adriana, a esposa do coronel, foi a responsável por retirar o celular de Daniel da cena do crime. Ele teria pedido a uma camareira para esconder a arma. Segundo o inquérito, a retirada foi percebida e o telefone devolvido.

– Denúncia de fraude com arma plantada
Ao lado do corpo de Daniel, a polícia encontrou uma pistola Glock .40 usada por Adriana em seu trabalho na polícia. Seria a prova de que Dhaubian reagiu a uma ameaça. Mas a polícia identificou sinais de que a arma foi plantada no local: vestígios de sangue no cano da arma e marcas de sangue pisoteado embaixo da pistola, por alguém com um calçado que não era da vítima, indicam que a arma foi colocada no local.

O coronel diz que atirou em legítima defesa e que Daniel portava a arma. Diz ainda que havia uma combinação entre o funcionário e a companheira para que ele fosse morto e o casal ficasse com a herança. 

A versão mais convincente deve ser definida a partir deste terça, pelo julgamento de sete moradores em nome de toda a comunidade.