Marília

Prefeitura acumula dívida de R$ 755 milhões; mostra em audiência vazia na Câmara

Prefeitura acumula dívida de R$ 755 milhões; mostra em audiência vazia na Câmara

A cidade de Marília tem dívidas de longo prazo que chegam a R$ 755 milhões, dos quais aproximadamente 70% são formados pelos anos seguidos de calote no Ipremm.

A dívida da cidade em parcelamentos com o Instituto de Previdência é de R$ 532 milhões e vai seguir como conta a ser paga por administrações futuras, além, dos compromissos com a previdência mês a mês.

A cidade tem ainda aproximadamente R$ 120 milhões em precatórios, dívidas criadas em disputas judiciais, incluídas na previsão de longo prazo.

Os números foram apresentados durante audiência pública na manhã desta quinta-feira na Câmara da cidade. Apenas um dos 13 vereadores, o presidente do legislativo, Eduardo Nascimento, participou.

O buraco criado pelo calote do Ipremm é um problema que não parou crescer nos dois mandatos do prefeito Daniel Alonso, responsável por novos parcelamentos dos repasses patronais – a contribuição da prefeitura para aposentadorias.

E mais, pagamentos estão atrasados nos últimos meses.

“De fato, nós estamos pagando assim, com certo atraso nestes últimos dois meses, por causa da queda de receita que tivemos de recursos como ICMS e Fundeb, inclusive”, disse o secretário municipal da Fazenda, Ramiro Bonfieti, em audiência na Câmara.

O secretário disse que a administração está “fazendo mais com menos” e que está honrando a folha, com “um pouco atrasado, porque a gente não termina a folha do Ipremm quando termina a gente já tem que começar a pensar na outra folha e assim vai”.

A audiência apresentou ainda dívidas de curto prazo no valor de R$ 103 milhões. Mas o Ipremm e o calote por décadas nos pagamentos são o maior problema da cidade.

A prefeitura faz mensalmente pagamento de contribuições patronais, pagamento das prestações atrasadas e ainda precisa repassar todos os meses valores para complementar pagamento de aposentadorias e pensões.

A audiência foi realizada em previsão legal para apresentação de dados do segundo quadrimestre. Segundo a apresentação, a Prefeitura destina pouco mais de 40% das receitas para folha de pagamento.

“Estamos muito preocupados com essa situação, dar uma diminuída no endividamento, tá, porque não queremos entregar a gestão do jeito que pegamos”, disse o secretário.

Em 2017, o prefeito Daniel Alonso apontou dívidas oficializadas na faixa de R$ 400 milhões. Segundo o diretor contábil e financeiro da prefeitura, Adelson Lellis da Silva, naquela época o rombo do Ipremm não estava incluído no cálculo.