Nos dias de hoje, é comum encontrar profissionais da área da estética e da saúde, nas redes sociais, compartilhando a respeito dos benefícios do uso de cosméticos ricos em vitamina C.
Ela se tornou uma espécie de “queridinha” do mundo da beleza, sendo conhecida e reconhecida por sua capacidade de revigorar a pele, amenizar rugas, clareá-la e proporcionar um brilho radiante.
No entanto, uma revisão de estudos realizada em 2021 e publicada no Journal of Cosmetic Dermatology, trouxe à tona algumas questões importantes que merecem atenção: mesmo que a vitamina C seja boa para a pele, infelizmente, os produtos não conseguem funcionar como deveriam.
Apesar de comprovadamente ter um papel fundamental na proteção e melhoria da saúde da epiderme, ser um poderoso antioxidante e neutralizador de radicais livres – responsáveis por acelerar o processo de envelhecimento – e estimular a produção de colágeno, ela é considerada uma molécula instável. Isso faz com que não seja fácil incorporá-la em produtos e garantir que penetre efetivamente na pele para fazer seu trabalho.
De acordo com o biomédico mineiro Thiago Martins, a substância, também conhecida como ácido ascórbico, é estável em condições normais de armazenamento e manuseio, mas instável quando exposta a certos fatores, como calor, luz, oxigênio e pH ácido.
“Ela, em soluções aquosas, é mais suscetível à oxidação quando exposta ao ar, à luz e ao calor excessivo. A exposição à luz ultravioleta (UV), e a à luz UV também podem degradá-la, reduzindo sua atividade biológica.”
Thiago conta que a eficácia dos produtos de vitamina C para cuidados com a pele pode variar dependendo da formulação e da maneira como o produto é fabricado.
“Existem diferentes formas de vitamina C, como ácido ascórbico, ascorbil fosfato de magnésio, ascorbil glucósido, entre outros. Alguns tipos de vitamina C são mais estáveis e melhor absorvidos pela pele do que outros.”
A sua concentração em um produto pode variar e influenciar sua eficácia. Concentrações mais altas, segundo o biomédico, podem fornecer benefícios adicionais, mas também podem ser mais irritantes para a pele. “O pH da formulação do produto é importante, pois ela é mais eficaz em um pH específico (geralmente ácido).”
Por ser sensível à luz, ao calor e ao oxigênio, tanto a estabilidade do produto, quanto sua embalagem desempenham um papel crucial na preservação da vitamina C. “Vale ficar atento com a presença de outros ingredientes na formulação porque eles também podem afetar a sua absorção e a eficácia.
Um bom exemplo é para aqueles que desejam adquirir vitamina C que contém ácido L-ascórbico. O ideal é averiguar se, na fórmula, tem também a vitamina E e ácido ferúlico, que trazem mais estabilidade a ela e à forma como penetra na pele.
“Para que não ocorra a degradação, vale apostar naquelas embalagens mais opacas e que venham com conta-gotas.”
Uma forma de garantir que realmente funcionem, é escolher produtos de marcas respeitáveis e ler as análises de outros consumidores. “Além de seguir as instruções de uso fornecidas pelo fabricante e considerar a consulta com um profissional especializado e qualificado para obter recomendações personalizadas sobre produtos de cuidados com a pele que se adaptem ao seu tipo e às suas necessidades específicas”, finaliza.
Fonte: Mulher