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Cerca de 35% das mulheres enfrentam deboche ao falar sobre menopausa

FreePik • Cerca de 50% das mulheres preferem falar sobre menopausa e climatério com as amigas do que com as pessoas que moram
FreePik • Cerca de 50% das mulheres preferem falar sobre menopausa e climatério com as amigas do que com as pessoas que moram
 

A menopausa e o climatério fazem parte da vida de todas as mulheres, mas ainda despertam uma série de dúvidas e incertezas. Enquanto a menopausa marca o fim da fase reprodutiva da mulher e é diagnosticada um ano após a última menstruação, o período de transição é chamado de climatério.

E é justamente nessa fase de mudança que as mulheres relatam sintomas e sensações bastante conhecidos, como ondas de calor, irritabilidade, falta de libido e até perda involuntária de urina. A Bigfral divulgou a sua última pesquisa abrangente envolvendo mais de 2 mil pessoas no Brasil. O objetivo foi mapear os principais impactos emocionais e psicológicos associados à menopausa e à incontinência urinária.

Com base no levantamento, a principal razão pela qual as mulheres optam por conversar com outras mulheres sobre o assunto é o medo de aparentarem mais idade. Isso fica evidenciado pelo fato de que 51% delas preferem falar com amigas, enquanto 35% escolhem irmãs como suas confidentes. Isso também explica por que algumas mulheres evitam compartilhar suas preocupações com as pessoas que vivem na mesma casa.

Após essa conversa, os sentimentos gerados foram de compreensão e de início de uma nova fase, de acordo com 67% das participantes. Já 35% relataram reações negativas, como risadas, descaso e deboche. “Essas reações negativas mostram que ainda existem muitos mitos e preconceitos em relação ao tema”, explica Gabriela Colombo, gerente Executiva de Marketing na Ontex. “Grande parte das mulheres que decidem não falar sobre esse momento o fazem justamente por medo de parecerem velhas e não serem compreendidas”, reforça.

Adicionalmente, 65% das mulheres afirmam que só começam a conversar com outras pessoas quando começam a sentir os primeiros sintomas da menopausa geralmente quando ela já parou, o que significa que não têm conhecimento prévio para procurar ajuda antecipadamente.

Bem-estar da mulher : de acordo com a pesquisa, o climatério e a menopausa têm um impacto significativo na qualidade de vida das mulheres. Cerca de 40% delas relatam sentir influência em sua feminilidade e experimentam sentimentos de vergonha durante esse período de transição. Sete em cada dez mulheres afirmam que o climatério e a menopausa afetaram seu bem-estar. Quanto aos métodos utilizados para lidar com os sintomas, é possível destacar que 58% das mulheres optam por não usar produtos ou medicamentos para aliviar os efeitos dessa fase. Entre aquelas que recorrem a tratamentos, 20% fazem uso de produtos e medicamentos, com destaque para a reposição hormonal. Além disso, 13% utilizam medicamentos para lidar com os calores, 11% buscam melhorar a lubrificação e a libido, enquanto 8% recorrem a medicações psiquiátricas e antidepressivos.

Cuidado profissional : a pesquisa também mostra que entre as entrevistadas que buscaram orientação médica sobre o climatério e a menopausa, 58% foram atendidas na rede pública de saúde, enquanto 30% recorreram a médicos de plano de saúde e outras 12%, a profissionais particulares. O acompanhamento médico adequado e mudanças no estilo de vida são fundamentais para melhorar a qualidade de vida de quem está passando por esse período. Pesquisas indicam que manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, preservar a saúde mental e evitar fatores de risco, como o tabagismo, podem ajudar a reduzir a intensidade dos sintomas associados a essa fase.

“Além de tratamento médico adequado, que visa o alívio dos sintomas, e a adoção de hábitos saudáveis, elas precisam de apoio e acolhimento entre amigos e familiares para passar por esse período de forma mais leve, por este motivo, precisamos falar cada vez mais sobre o tema”, completa Gabriela.

O levantamento foi feito pelo instituto Data Folha com mais de 2.206 brasileiros e brasileiras de todo o país, divididos em três amostras – mulheres de 45 anos ou mais, mulheres de 18 a 44 anos e homens de 18 anos ou mais.

 

Fonte: Mulher