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Andréa Ladislau: Ana Hickmann e os registros de agressão no casamento

Reprodução/Contigo Ana Hickmann denunciou o marido por agressão
Reprodução/Contigo Ana Hickmann denunciou o marido por agressão


Agressão e relação abusiva podem acontecer em qualquer espaço de tempo, desde que um dos personagens esteja disposto a ceder aos apelos de seus instintos egóicos. Ao que parece, é o que já vinha ocorrendo há algum tempo na relação matrimonial da apresentadora Ana Hickman com seu então marido Alexandre Correa. Juntos há 25 anos, a mídia já registrava alguns episódios, no mínimo suspeitos, em quem demonstravam uma personalidade agressiva e machista com a esposa.

E o auge do absurdo ocorreu no último fim de semana, no qual a linda apresentadora denunciou o marido para a polícia que está investigando o caso. Porém, nem todas as mulheres tem a mesma sorte de conseguir denunciar ou escapar da violência com vida. Infelizmente, o desfecho é trágico ou as vítimas carregam sequelas psicológicas profundas. Mas de que forma, podemos identificar se estamos vivendo uma relação tóxica? Como escapar e como classificar o tipo de violência sofrida dentro desta relação impeditiva?

A relação abusiva pode acontecer com qualquer um. Muitas vezes, o que nos incomoda no outro é um reflexo do nosso espelho. Você não é responsável pelo comportamento abusivo do outro. Mas pense que somos responsáveis pelos padrões que atraímos. Principalmente se forem constantes e repetitivos. Quando não aprendemos com uma experiência, somos presenteados com a oportunidade de vivenciar situações similares novamente, até aprendermos a lição que nossa parte inconsciente clama por consciência.

Alguns relacionamentos são resolvidos apenas quando nos afastamos, pois determinada pessoa só surge para trazer um ensinamento específico. A consciência de que nossa função nunca é mudar ninguém deve ser mantida, pois não nos cabe tal exigência. Mas QUANDO MUDAMOS, OS OUTROS MUDAM TAMBÉM. Afinal, o outro só faz conosco o que permitimos.

Porém, pegar para si a responsabilidade de zelar pela paz a dois não resolve. Responsabilizar o outro por todas as mazelas, também não. É preciso avaliar não os papéis de vilão e mocinho, mas a dinâmica. O principal é resgatar o amor próprio e a autoestima, ressignificar as experiências ruins, compreender o que faz você se sentir dessa forma e considerar o fato de que se afastar de pessoas assim pode ser a única saída para uma vida tranquila, uma vez que pessoas com esse perfil tóxico nem sempre estão propensas a modificações, principalmente se possuírem evidências de psicopatia.

O abusador, provavelmente, age assim por já ter sido abusado, mas suas dores não podem justificar suas atitudes. Já o abusado, deve entender que tipo de interação exerce na dupla e porque ainda está consumindo esse sofrimento. O amor verdadeiro não tem razões para agredir moralmente, verbalmente, psicológicamente ou fisicamente, porque ele vem apenas para fazer o bem. Respeite a si mesmo e entenda, o importante é não desistir de buscar ser feliz. Fortaleça seu inconsciente e entenda a força que tem. Ame-se acima de tudo e não permita que diminuam seu valor.

Enfim, a exposição da dor e da violência abusiva sofrida por Ana Hickmann mostra que a vulnerabilidade precisa ser transformada e não podemos nos calar diante do que é tóxico e perverso, do que limite, aprisiona e tira a paz.

A autoavaliação e o amor próprio são peças chaves para se curar de uma relação tóxica. Afinal, se você não se valoriza e não se ama, acha mesmo que os outros farão isso por você? Olhe para as relações em que está envolvido e perceba se virou refém da situação. Não permita, em hipótese alguma, a perpetuação de abusos físicos ou emocionais que interferem em sua felicidade. Busque ajuda de um profissional de saúde mental para que possa fortalecer sua personalidade e resgatar sua autoestima, além disso, denuncie as agressões aos orgãos competentes o quanto antes. Não espere acontecer uma tragédia, como tantas que temos presenciado. Reflita e acredite em sua própria mudança.

Fonte: Mulher