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Alimentação e culpa: qual o impacto das redes sociais na sua dieta?

FreePik Alimentação e culpa: qual o impacto das redes sociais na autoestima e na sua dieta?
FreePik Alimentação e culpa: qual o impacto das redes sociais na autoestima e na sua dieta?


Não é de hoje que a internet exerce uma influência poderosa sobre como percebemos nosso próprio corpo e hábitos alimentares. O espaço, que deveria ser usado para conexão e compartilhamento, muitas vezes se transforma em um campo de batalha onde quem – quase sempre – perde é a autoestima dos usuários. A pressão para se encaixar em padrões de beleza inatingíveis, perpetuados por fotos retocadas e corpos aparentemente perfeitos, tem levado a preocupações absurdas, tais como a culpa com relação ao que se come e a briga eterna com a própria aparência.

O terrorismo alimentar online, caracterizado por discursos extremistas sobre dietas, restrições alimentares e exercícios exaustivos, é divulgado em plataformas digitais, alimentando a ansiedade em torno da comida.

Isso não afeta apenas a relação das mulheres com a alimentação, mas leva a uma série de problemas emocionais e psicológicos.

A psicóloga mineira Juliana Pereira , especialista em relacionamentos, alerta que essa obsessão por padrões inatingíveis pode gerar distúrbios alimentares, depressão e ansiedade, prejudicando não apenas a saúde física, mas também o bem-estar mental.

“A internet cria uma ilusão de que a validação social está ligada à aparência. Há uma necessidade de receber aprovação online, seja através de curtidas ou de mensagens. Isso, muitas vezes, leva a comportamentos extremos, resultando em um ciclo prejudicial à saúde.”

Essas comparações constantes com influenciadas digitais e celebridades, segundo a especialista, levam as mulheres a questionar constantemente o que estão vendo no espelho e a desenvolver uma relação negativa com a comida.

“Para reverter esse cenário é fundamental investir na promoção da autoaceitação e autoestima. A educação emocional desde a infância, abordando a importância da diversidade corporal e da acessibilidade individual, pode ajudar a construir uma base sólida para uma relação saudável com o corpo e a alimentação. Além disso, é crucial promover o pensamento crítico em relação às mensagens e imagens veiculadas nas redes sociais, ensinando às mulheres a consideração de padrões irreais.”

A psicoterapia e o aconselhamento também desempenham um papel vital na recuperação da autoconfiança.

“Ao trabalhar com profissionais de saúde mental, as mulheres podem explorar suas emoções, entender os gatilhos que levam a comportamentos específicos e aprender estratégias para construir uma imagem positiva de si e uma relação equilibrada com a comida. Até porque, esse autorretrato distorcido acaba influenciando e impactando também outras relações, inclusive afetivas, fazendo com que elas se diminuam ou não se sintam dignas de ter alguém ao lado.”

Além disso, Juliana fala da importância de as plataformas de mídia social promovam uma cultura de alcance acessível, proibindo conteúdos que incentivem padrões de beleza inatingíveis ou que promovam o terrorismo alimentar.

“A implementação de políticas rigorosas pode ajudar a criar um ambiente online mais saudável e positivo”, finaliza.

Dicas da psicóloga

Autoaceitação e Compaixão : Aprender a aceitar e amar a si mesma, independentemente do peso ou da aparência, é essencial para construir uma autoimagem positiva.

Cuide da saúde mental : Isso ajuda a nos reconectarmos com nosso corpo e emoções, desenvolvendo uma consciência maior sobre os sinais de fome, saciedade e emoções associadas à alimentação.

Desconstrua padrões : Procure, junto a um bom profissional psicólogo, ajuda para desconstruir padrões irreais, impostos pela sociedade e mídia. Isso pode envolver técnicas cognitivo-comportamentais para modificar pensamentos negativos.

Estabelecer Metas Saudáveis : Em vez de focar em metas de perda de peso, adote uma dieta equilibrada, pratique atividade física regularmente e garanta um sono adequado.

Desenvolver Habilidades de Enfrentamento : Aprender estratégias de enfrentamento flexíveis para lidar com a pressão social e os gatilhos emocionais é crucial. Isso pode envolver técnicas de relaxamento, como a respiração profunda, ou atividades criativas para expressar emoções.

Tenha suporte social e limite sua exposição às redes : Construa uma rede de apoio com amigos, familiares que possam oferecer um ambiente seguro para compartilhar experiências e emoções e reduza o tempo gasto nas redes sociais, especialmente em contas que promovam padrões de beleza inatingíveis.

Não hesite em procurar ajuda! Isso é fundamental para impactar significativamente sua qualidade de vida.

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Fonte: Mulher