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Influencer Renato Cariani é alvo em operação contra desvio de produtos para tráfico

Influencer Renato Cariani é alvo em operação contra desvio de produtos para tráfico

A Polícia Federal, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPSP e a Receita Federal deflagraram, nesta terça-feira (12/12), a Operação Hinsberg, que tem como objetivo reprimir e desarticular organização criminosa que desviou produtos químicos para produção de drogas.

Um dos alvos é a indústria Anidrol, química com sede em Diadema e que tem o influencier e bodybuilder Renato Cariani como um dos sócios. Fabio Spinola, que já foi preso com acusação de envolvimento nesse tipo de crime foi outro investigado. A PF pediu a prisão dos acusados, mas a Justiça negou.

Cariani se apresenta como professor de química, professor de Educação Física, atleta profissional, empresário e youtuber. Tem mais de 14 milhões de seguidores, somadas todas as plataformas e é um dos principais influencers do mundo fitnesse do bodybuild no país.

O controle de insumos químicos e a repressão dos desvios para o tráfico de drogas têm se configurado como ferramenta de inteligência utilizada pela PF na mitigação da produção e oferta de entorpecentes no território nacional. Nesta terça, mais de 70 policiais federais estão nas ruas para dar cumprimento a 18 mandados de busca e apreensão em endereços situados em São Paulo, no Paraná e em Minas Gerais.

As investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras.

Foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação desta organização criminosa, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de 15 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.

As investigações revelaram, ainda, que os envolvidos empregavam diversas metodologias para ocultar e dissimular a procedência ilícita dos valores recebidos, tais como interpostas pessoas e constituição de empresas fictícias.

As pessoas relacionadas aos fatos investigados responderão, cada qual dentro da sua esfera de responsabilidade, pelos crimes de tráfico equiparado e associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro. As penas cominadas podem ultrapassar 35 anos de reclusão.

A denominação da operação faz alusão a Oscar Hinsberg, químico que percebeu a possibilidade de converter compostos químicos em fenacetina. Essa substância foi o principal insumo químico desviado.