De acordo com o estudo do Centro de Excelência em Alfabetização Financeira Global, da Universidade George Washington, somente 30% das mulheres são consideradas “alfabetizada financeiras”. Outro ponto que influencia na dificuldade de reserva, poupança e administração é a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Além disso, existe, em alguns casos, uma dependência financeira dentro dos casamentos e isso pode impactar diretamente na relação das mulheres com o dinheiro.
Vimos, nas últimas semanas, casos de mulheres famosas que disseram ter sofrido violência patrimonial, como Ana Hickmann, Susana Werner e Naiara Azevedo. A educação financeira pode promover autonomia financeira para as mulheres no Brasil e isso exige tempo e disciplina.
Gabriela Torquato, Head do Instituto XP, relata que além das famosas, há mulheres de altíssima renda, que quem cuida da conta é o marido, e isso é um problema cultural. “Está enraizado. São desafios que afetam mulheres, pessoas negras e outras minorias, que historicamente acham que não tem que aprender educação financeira. Dinheiro é um tabu, mulheres ganham menos, porque não se fala sobre isso”, diz Gabriela.
Na maioria, a mulher acha que isso não é pra ela e esses esteriótipos se perpetuam. “Precisa existir um trabalho de sensibilização. Tem que ser pra todo mundo, sem distinção de gênero, raça, classe social”, alerta a executiva.
As pessoas não entende o que é educação financeira, acham que coisa para quem tem muito dinheiro, quando na verdade a gente delega os cuidados com a grana é um grande risco. “Tem coisa que não dá para delegar. Ter consciência financeira é escolher a vida que você quer pra você”, ensina Gabriela.
“Tem coisas que são mais simples, como controlar as finanças. É muito além de dinheiro, é cidadania financeira. Para virar adulto, virar um cidadão, é preciso ter esse letramento financeiro, pode exercer a sua cidadania. Não é só saber fazer conta. É saber como como comprar e não se endividar, ter um pensamento de longo prazo, tomar decisão, adquirir competências sócio-emocionais.”
Segundo Gabriela, 80% das famílias brasileiras endividadas, a maior parte mal ganha para pagar as contas básicas, mas a educação financeiro pode reverter esse pensamento de curto prazo, ensina a proteger o dinheiro da inflação, olha para o longo prazo. “As pessoas não tem reserva de emergência. Educação financeira é para dar liberdade, fazer a gestão, planejar vida a longo prazo, saber tomar decisão, olhar para o futuro.”
Para as mulheres, o primeiro passo é acreditar que aquilo é pra ela. Reconhecer como ferramenta de liberdade de escolha, poder escolher é um privilégio. “Cuidar do próprio dinheiro é poder fazer escolhas. Segundo é investir tempo nisso. Conseguir saber quanto gasta, fazer sua reserva de emergencia. Aí sim estudar mais sobre o assunto, primeiro gerir suas finanças, ter sua reserva financeira, e depois passar para os investimentos.”
No site do Instituto XP há cursos gratuitos de educação financeira, que podem ajudar quem quer começar a gerir os próprios recusos. E Gabriela aconselha: “É preciso confiar que esse assunto é pra você, que voê pode sim, não é um bicho de sete cabeças, há ferramentas que ajudam, saber colocar suas prioridades e ter critérios da tomada de decisão”.
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Fonte: Mulher