O processo de eleições com intervalos de dois anos e a permanente atuação dos eleitos em campanha são tradições, mas 2023 foi especialmente marcante para Marília: foi ano em que a cidade viu crescerem novidades no cenário da disputa e um quadro de prováveis candidatos que torna muito difícil prever resultados, além de ampliar o número de personagens influentes no processo.
Começou com uma surpresa que agregou novidades: uma vitória da oposição na eleição para comando da Câmara colocou na presidência o vereador Eduardo Nascimento, que apesar de ser eleito no partido do prefeito Daniel Alonso tornou-se principal nome de enfrentamento na casa.
O ano teve ainda as posses de novos deputados que colocou a filha do prefeito, Daniele Alonso, no plenário da Assembleia Legislativa e no cenário das disputas políticas.
E 2023 termina também com destaque para nomes que não são novidades, mas que conseguiram estabelecer inovações no cenário, como o deputado estadual Vinícius Camarinha, que apesar de fazer primeiro turno contra Tarcísio de Freitas, que acabaria eleito governador, construiu mandato muito próximo ao governo do Estado.
Confira nome a nome alguns personagens que devem influenciar o debate e votação para prefeito e vereadores na cidade
– Daniel Alonso
Em final do segundo mandato, o prefeito não pode tentar a reeleição e nem indicar familiares, mas será certamente quem vai definir o candidato da situação.
Tem nomes próximos, tem partidos próximos com interesses, mas assim como lançou a filha na vida política deve controlar a indicação do candidato a sucessor.
Fará isso por questões importantes, como o controle do maior orçamento na história da cidade, investimentos represados em limpeza, obras, mobilidade, contratos na educação, saúde e outros serviços.
– Cícero Carlos da Silva, o Cicero do Ceasa
Vereador por dois mandatos, vice-prefeito, chegou a assumir a gestão da cidade neste ano durante licenciamento de Daniel Alonso para tratamento de saúde. Teve mandato de vice dedicado a apoiar a gestão de Daniel e projetado como candidato passou a representar o prefeito em série de eventos e encontros oficiais.
Tem também histórico como liderança em bairros de linha popular, especialmente na zona norte.
– Eduardo Nascimento
Seu mandato como presidente na Câmara ameaçou o conforto com que o prefeito Daniel Alonso conviveu com o Legislativo nos últimos seis anos. Nascimento colocou para andar pedidos de investigação sobre Daniel, provocou audiências públicas, debates e deu espaços a críticas e combate à gestão.
Fez muitas das acusações chegar a níveis mais altos de decisão, como o Tribunal de contas e até o governo do Estado, como no caso dos riscos nos prédios da CDHU.
Também abriu seu gabinete na Câmara aos movimentos de sindicato e aposentados em críticas à prefeitura e usou a tradicional devolução de repasses da Câmara para influenciar pagamentos de vales e pensões.
Elevado a potencial candidato a prefeito, também passou a ser centro de enfrentamentos pessoais com a gestão municipal.
– Vinícius Camarinha
Deputado estadual em seu quinto mandato e a maior votação de sua história em 2022 – 123.316 votos – Vinícius é líder da Federação Cidadania/PSDB e mostrou grande poder de articulação entre deputados e na aproximação com o governador Tarcísio de Freitas.
Entrou na lista dos deputados com maior fidelidade ao governo, foi voz em defesa de propostas polêmicas, mas também ganhou palanque e espaço em inaugurações e projetos públicos em diferentes regiões do Estado.
Há poucas indicações sobre eventual candidatura a prefeito, mas mesmo que ele não a tenha com certeza será uma das influências na escolha do nome da oposição.
– Dani Alonso
Arquiteta, empresária, em primeiro mandato público como deputada, Daniele Alonso conseguiu espaço em comissões importantes da Assembleia, emplacou um projeto importante de atenção ao público com diabetes e ainda tem suporte político do pai e do deputado federal Capitão Augusto, agora seu marido.
O mandato cria novo cenário para disputa por verbas, emendas, vinculação a lideranças – especialmente no bloco mais à direita e ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro – são alguns dos espaços a serem ocupados pela deputada.
– Alysson Alex Souza e Silva
Advogado, forma com Levi Gomes de Oliveira o núcleo da gestão da cidade com a função de Assessor Especial de Governo. Acumula ainda a condição de vice-presidente do MAC (Marília Atlético Clube), que tem o prefeito como dirigente.
Apontado como potencial candidato, passou a ganhar visibilidade nas muitas decisões de gestão que já influenciava e em atos públicos oficiais. Também virou o rosto do MAC em eventos oficiais, divulgação es decisões esportivas.
– Rogerio Alexandre da Graça, o Rogerinho
Vereador mais votado, cotado para disputar a presidência da Câmara, Rogerinho, como é conhecido, não entrou na disputa e manteve seu mandato com circulação em diferentes esferas de poder na cidade e diversas áreas de trabalho político.
É um modelo de atuação que apesar das boas relações na oposição também colocou o vereador como indicado para uma transferência para a gestão do Daem, que acabou abortada.