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Craving: o desejo incontrolável por doces é um vício?

Divulgação Craving: o desejo incontrolável por doces é um vício?
Divulgação Craving: o desejo incontrolável por doces é um vício?


Craving é termo empregado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para representar o desejo de repetir determinada experiência em função dos efeitos de uma substância específica, sendo associado ao abuso de drogas ou mesmo de alimentos. Ao experimentar açúcar, por exemplo, o corpo libera neurotransmissores associados ao prazer e à recompensa. Por isso, ao consumir doces, a pessoa é levada a um estado de satisfação temporária.

A profissional de nutrição da rede AmorSaúde, Carla Tissianel, explica que a ingestão do açúcar promove a liberação da dopamina, substância que atua no cérebro, proporcionando sensação de prazer, bem-estar e até mesmo felicidade. Justamente por isso algumas pessoas têm o que pode ser chamado de craving ou compulsão alimentar, que é a perda de controle diante de determinado alimento, como o açúcar, em episódios recorrentes. “Mesmo sem sentir fome física, a pessoa come rapidamente, sem saborear o alimento, e não consegue parar de comer”, elucida a profissional.

Quanto mais eu como, mais vontade tenho de comer

A substância ou comportamento viciantes modificam o funcionamento e a anatomia das estruturas cerebrais e o uso crônico resulta no aumento da tolerância e da necessidade de consumo em quantidades cada vez maiores, como ocorre no caso de alimentos hiperpalatáveis, combinação de açúcar, gordura, carboidratos e sal encontrada em doces calóricos, como donuts e outras guloseimas.

“Gordura e açúcar em excesso podem interferir na sensação de prazer relacionado à satisfação alimentar, condicionando a pessoa a escolher sempre alimentos enriquecidos desses dois nutrientes. Quando os níveis desse hormônio baixam no sangue, o excesso de açúcar e a persistência nesse tipo de alimento levam a dependência dessa sensação, o que acaba por estimular o consumo frequente”, explica a nutricionista, que atende na unidade AmorSaúde Lauro de Freitas, na Bahia.

Assim, o uso crônico desse tipo de alimento resulta na necessidade diária de consumo e em quantidades cada vez maiores, pois leva ao prazer vivenciado da última vez.

Os riscos para a saúde

Embora o consumo moderado de doces possa fazer parte de uma dieta equilibrada, o exagero pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo ganho de peso, diabetes tipo 2 e outros problemas metabólicos. “O consumo excessivo de alimentos açucarados aumenta a predisposição à obesidade, a diabetes e a doenças cardiovasculares, como infarto e derrame, além de enfermidades que causam maior risco de câncer e a redução da estimativa de vida”, aponta a nutricionista Carla Tissianel.

Outras doenças decorrentes de comer doces demais são gordura no fígado, gastrite, pressão alta e prisão de ventre. “O consumo excessivo de doces também prejudica a memória, afetando o rendimento e a produtividade”, lista a profissional.

Estratégias para controlar o craving

A chave para uma vida mais saudável é investir em uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e minerais. Por isso, a dica é consumir alimentos que dão maior sensação de saciedade, priorizando grãos integrais, legumes e proteínas vegetais, como as leguminosas ou as carnes magras e ovos, e as fontes de boas gorduras. “É importante diminuir o consumo dos alimentos de alto índice glicêmico, como, por exemplo, comidas processadas, massas, pães, doces e refrigerantes, priorizando uma dieta rica em fibras, gorduras boas e antioxidantes”, ensina a nutricionista.

Aumentar a ingestão de água também é uma estratégia. “O corpo muitas vezes confunde a falta de água no organismo com fome”, diz Carla.

Para matar a vontade de comer doces de forma saudável, Carla indica receitas como banana assada com canela e aveia ou morangos com tâmaras. “O ideal é optar por alimentos nos quais o açúcar está naturalmente presente, como frutas mais adocicadas e receitas mais saudáveis na substituição de chocolates e doces”, observa.

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Fonte: Mulher