O treinamento e formação da turma do Grupo Sorria de atuação como palhaços em ambiente hospitalar, marcada para dia 19, vai ter a participação especial do palhaço e ator profissional Alexandre Penha, que há 20 anos atua na área.
Penha explica que para os voluntários atuarem não basta estarem apenas vestidos de palhaços. “Eles precisam produzir a arte da palhaçaria. Por isso, eles vão receber as orientações sobre todas as técnicas e principalmente regras para atuar neste segmento. A exemplo de todos que atuam no hospital, nas mais diferentes áreas, o palhaço precisa estar capacitado para desenvolver a sua atividade”, destacou.
Explica que a palhaçaria hospitalar está incluída na especialidade da medicina integrativa, uma vez que a entrada dos palhaços auxilia no processo de cura, que é completado com todos os outros profissionais. Ou seja, todo mundo com a sua função e sua importância, todos juntos, conseguem trazer uma sensível melhora ao paciente.
As inscrições podem ser feitas até o dia 19 de fevereiro – segunda-feira – e a capacitação foi marcada para os dias 20 e 21. Para se inscrever, basta preencher o formulário – aqui – ou apontar o celular para o QR Code na ilustração abaixo.
Os escolhidos vão integrar a “Sociedade Organizada Responsável pelo Riso e Intensa Alegria (Sorria)”, grupo que desenvolve atividades de palhaçaria no Hospital Beneficente Unimar (HBU) e outros locais.
O processo seletivo vai ser realizado a partir 18h, no anfiteatro do Bloco 9 da Universidade de Marília (Unimar), localizada na avenida Higyno Muzi Filho, 1001 – Campus Universitário, em Marília. A idade mínima é de 18 anos e a contribuição com o projeto é de R$ 10,00. Vão ser selecionados 30 voluntários.
Segundo o palhaço profissional, o trabalho é muito importante porque a entrada de um palhaço suaviza um ambiente muito sério e que é coberto de muita tensão que é o hospital.
“A proposta é trabalhar um outro lado do paciente, que é o lado que resgata a parte saudável da pessoa, jogando, brincando, trabalhando, principalmente a imaginação dele. Para isso, são usados elementos como a música, contação de histórias, mágica e outras linguagens artísticas”, ressaltou.
Penha detaca que a melhora é visível de várias maneiras, tanto biologicamente, como também socialmente e emocionalmente. Explica que a atuação responsável e séria, que vai muito além, de só usar as roupas, estimula produção de endorfina, dopamina e até mesmo inibe a produção de adrenalina, que às vezes gera estresse no paciente.
“Às vezes ele faz um relaxamento muscular e volta a se alimentar melhor, a falar melhor com a equipe médica ou com os familiares. Então, há uma parte da atuação do palhaço que colabora para o processo de cura.”
A professora doutora Maria Elizabeth da Silva Hernandes Correa, destaca que o núcleo de humanização do HBU atua em três frentes: junto à gestão, aos colaboradores e aos usuários dos serviços que o hospital oferece. Dessa forma, o Sorria é uma parte importante no trabalho de humanização junto aos pacientes.
Ela lembra que o grupo é formado por estudantes, principalmente do curso de medicina, e também de outros cursos, além de voluntários de outros segmentos de Marília.
“Eles levam alegria e leveza às pessoas que estão internadas. O processo de hospitalização causa, em muitas pessoas, sofrimentos tanto físicos quanto emocionais. E a atividade do Sorria, por meio de brincadeiras, música, poesia, pode diminuir a dor dessas pessoas para investir na vida e na promoção da saúde”, apontou.
História
A entrada da palhaçaria nos hospitais começou em 1986, nos Estados Unidos. A partir de então, começou a se espalhar pelo mundo e chega ao Brasil, em meados de 1992. “Eu acredito que o Brasil é o país que tem o maior número de projetos, grupos e ligas que tem esse foco de levar palhaços para esses espaços”, destacou Penha.