Marília

Concurso da Famema tem sobra de vagas; Estado não equipara salário e valor afasta candidatos

Concurso da Famema tem sobra de vagas; Estado não equipara salário e valor afasta candidatos

Os concursos abertos pelo governo do Estado para contratação de docentes na Famema (Faculdade de Medicina de Marília) com oferta de 75 vagas terminaram com sobra de 39 vagas, pouco mais de 50%. E o baixo valor de salários é apontado como maior obstáculo às contratações.

A informação sobre sobra de vagas está em uma portaria que nomeia comissão para elaboração de um novo concurso destinado a cobrir as vagas restantes.

São casos como a contratação de professor adjunto doutor com salário inicial de R$ 6.905,99 para jornada de 40 horas semanais ou de professor adjunto mestre com salário de R$ 4.141,35.

Um processo seletivo divulgado pela Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), estadualizada junto com a Famema, lançado em julho do ano passado oferecia vencimentos de R$ 10.320 para função de professor adjunto doutor.

Concursos em instituições estaduais como a Unesp, que tem processos abertos para docentes em Botucatu e Araçatuba, por exemplo, pagamento de R$ 14 mil a R$ 21 mil para profissionais com doutorado.

A sobra de vagas mancha um momento de histórico da faculdade que consegue as contratações após a estadualização. Foi uma conquista após muita espera, muita disputa e dedicação.

A diferença salarial já havia sido alertada em manifestação de estudantes quando o governo do Estado iniciou as demissões de docentes para contratar concursados. Os salários anunciados mostraram remuneração abaixo do que era pago.

Os alunos apontaram risco de que o concurso deixe de atrair profissionais de maior experiência ou atuação em pesquisas em função do baixo valor a ser pago.

O resultado é mais um agravamento na confusa estrutura administrativa da Faculdade, vinculada a duas fundações diferentes, com parte de funcionários ligadas ao Estado, parte de funcionários ligados a outras formas de contratação.

UM problema que não existiria se o processo de estadualização tivesse seguido a principal bandeira dos estudantes e da instituição até 1994 e mesmo depois disso: a encampação por uma universidade estadual. A Famema contrata, tem vagas e segue em luta.

PROFESSOR TITULAR, em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa – RDIDP, junto ao Departamento de Produção e Saúde Animal, da Faculdade de Medicina Veterinária, do Campus de Araçatuba, na disciplina ENFERMIDADES PARASITÁRIAS DOS ANIMAIS.

A portaria não discrimina quais as áreas com falta de docentes concursados. E a falta das contratações vai ampliar a gigantesca confusão que acompanha o complexo Famema desde a estadualização em 1994.