A Federação Paulista de Atletismo, encaminhou ao Ministério Público um pedido de apuração e medidas contra o que considera abandono da modalidade, e em especial do centro de treinamento da modalidade no poliesportivo Pedro Sola, na zona oeste de Marília. “O atletismo e os atletas Marilienses clamam por socorro”, diz a entidade na representação.
O documento reproduz queixas e imagens que já circulam na cidade há meses a denúncia de falta de manutenção em equipamentos e na estrutura física com risco aos atletas, treinadores e familiares que os acompanham.
Barra usada no treinamento de salto em imagem anexada à representação
Aponta relatos que vão da falta de suporte e atendimento aos atletas e treinadores, a situações de ameaças. A modalidade tem denúncias de falta de financiamento para viagens e participação em importantes disputas, desigualdade em oferta e valores de bolsas, falta de equipamentos e reformas.
“Fora todos os fatos narrados, há notícias de infestações de escorpiões e nos arredores das pistas e nas lajes das instalações há diversos focos de água paradas, ocorrendo diversos casos de frequentadores e atletas do centro de treinamento Pedro Sola que contraíram dengue”, diz a representação.
A denúncia lembra atletas revelados em Marília e que se tornaram referências internacionais, como Jadel Gregório, do salto triplo e salto em distância, e Thiago Braz, ganhador do ouro olímpico em 2016 no salto com varas.
“Infelizmente, este não é o motivo da presente representação. A razão do presente pedido é o descaso, por parte da Prefeitura de Marília no que diz respeito a modalidade. O esporte tem sido deixado de lado pela Prefeitura. Equipamentos e principalmente o Centro de Treinamento ‘Pedro Sola’ estão deteriorados e sem qualquer manutenção, isso pouco mais de 1 ano após reforma.”
Denúncia inclui abandono de ‘gaiola’ de segurança para lançamento de disco e outras modalidades
A representação é assinada pelo presidente da Federação, Joel Lucas Vieira de Oliveira, e cita ainda recente caso de briga e denúncias de agressão e ameaças dentro do ginásio Neusa Galetti, durante treinamento de atletas.
“Há diversos relatos de atletas – na maioria menores de idade – que estão sendo coagidos a não expor a situação e a não treinar com os treinadores que foram entrevistados pelos veículos impressos e televisivos de mídia e relataram os problemas aqui narrados”, diz o documento.
Discussão em ginásio virou briga e denúncia de agressões e ameaças a atletas e treinadores
A representação aponta ainda pressão contra os treinadores Alecsandro Ramos da Silva, o Lecão, e Luiz Carlos Albieri, o Esquilo, que em diferentes situações denunciaram situações de abandono ou descaso em relação ao atletismo na cidade.
“Ocorre que os treinadores “Lecão” e “Esquilo” são referências nacionais no treinamento do atletismo, possuindo diversas referencias e méritos, carregando a bandeira do esporte e vestindo a camisa do atletismo, razão pelas quais denunciaram as situações aqui narradas.”