Marília

Polícia investiga denúncia de fraudes em cheques e carros de empresário executado

Documentos com e sem assinatura de Marcondelli apresentados na denúncia da fraude
Documentos com e sem assinatura de Marcondelli apresentados na denúncia da fraude

A única filha do empresário Walter Luiz Aparecido Marcondelli Júnior, assassinado em Marília em dezembro de 2022, provocou uma investigação policial a partir da denúncia de fraudes na emissão de cheques, cobranças judiciais e registro de venda de carros em nome do pai.

A denúncia aponta que todo o caso envolve uma armação para dilapidar o patrimônio deixado por Marcondelli, comerciante de veículos na cidade, e inclui perícias de técnicos para avaliar falsificação de assinaturas nos cheques e documentos.

Pior que isso. Alguns dos acusados têm seus nomes em diferentes situações ligadas ao processo que investiga a execução de Marcondelli, um caso cheio de reviravoltas e acusação de armações que já entrou na reta final de apuração. Enfrentou boataria recente (veja no fim do texto).

O novo inquérito já recebeu também documentos de um cartório com indicação de possível falsificação no documento de dois veículos vendidos.

cheque-01_1727097359.pngCheque em nome de Marcondelli: pré-data para dias após morte e com denúncia de falsificação

As folhas de cheques com a assinatura de Marcondelli chamam a atenção. Todos em sequência, preenchidos com datas de novembro de 2022 e pré-datados: apenas um venceu antes da morte do empresário.

Os outros têm data de vencimento posterior ao crime – ocorrido em 7 de dezembro – e todos eles foram cobrados no inventário, com valores entre R$ 78 mil e R$ 165 mil.

Há mais. A família já havia denunciado que em 19 de dezembro, antes das cobranças, um imóvel com diferentes pertences de Marcondelli foi alvo de furtos em série com perda de computadores, eletrodomésticos e outros bens. Haveria um talão na casa?

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A cobrança pelos cheques começou em abril. A filha de Marcondelli denuncia ainda pressão para medidas nos casos enquanto ela enfrentava luto e passava por acompanhamento médico.

O caso espera informações de laudos técnicos sobre eventual falsificação de assinaturas nos documentos.

BOATOS

Mensagens por telefone durante a semana passada relataram a prisão do empresário Ralf Tadeu Inforzato Gaspar, acusado de ser mandante de uma agressão que virou execução com erro de vítima.

A defesa de Ralf desmentiu as mensagens e ainda acusou trama com situações forjadas no caso.

“Ralf está em liberdade desde setembro do ano passado, desde a revogação da sua prisão preventiva após ter sido comprovada a extorsão contra seu filho”, diz uma mensagem dos advogados de Ralf.

O documento diz ainda que as provas no caso da morte “demonstram que não se tratou de um homicídio por erro contra a pessoa” e que “foi obtida prova de que a montagem utilizada comparando a vítima Walter com a terceira pessoa já estava fabricada no próprio dia do crime”.

“Certamente as pessoas que começaram a propagar mentiras sobre o estado de liberdade de Ralf e seu filho são as pessoas que desde o início estão usando artifícios para deixar turva a realidade dos fatos e encobrir a verdade.”