Casos de atropelamentos e colisões traseiras tiveram uma “alta alarmante” no trecho administrado pela Eixo SP Concessionária de Rodovias e colocam em atenção o setor de Operações, segundo comunicado da empresa, que atende trecho da SP-294 no contorno de Marília, além de mais cidades na região.
Estatísticas de janeiro a agosto apontam que houve um aumento de 46% nas colisões traseiras e de 39% nos atropelamentos, em relação a igual período do ano passado. O que chama a atenção é o número de vítimas fatais decorrente dos atropelamentos, que cresceu 133% na mesma base de comparação.
Foram registradas 447 colisões traseiras no trecho de 1.221 quilômetros da Eixo SP. Isso representa um aumento de 46% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando ocorreram 305 acidentes dessa natureza. Essas colisões resultaram em 269 feridos este ano e 219 no ano passado, com 20 mortes nos oito meses de 2024 e 18 entre janeiro e agosto de 2023.
No ano passado, foram registradas 12 mortes por atropelamento de janeiro a agosto no trecho de 1.221 quilômetros da Eixo SP. Nos oito meses deste ano, o número subiu para 28. Um crescimento de 133%. O registro de ocorrências também subiu de 54 em 2023 para 75 em 2024, aumento de 38%. O número de feridos cresceu 16%. Foram 55 de janeiro a agosto do ano passado e 64 no mesmo período deste ano.
A coordenadora de Segurança Viária da Eixo SP, Viviane Riveli de Carvalho, lista atitudes como trafegar dentro do limite de velocidade permitido para a via, manter distância do veículo à frente, evitar distrações como, por exemplo, o uso de celular enquanto dirige são fundamentais para a redução do índice de colisões traseiras.
Respeitar o volume máximo de carga que o veículo pode transportar é também uma medida importante na prevenção de acidentes. De acordo com Viviane, o excesso de peso deixa o caminhão mais lento, principalmente nos trechos de subida, o que provoca um alto risco de colisões traseiras, especialmente à noite, quando a visibilidade diminui.
A manutenção de itens do sistema de iluminação como as luzes traseiras e as faixas refletivas é essencial, pois tornam o veículo mais visível na estrada. Outro ponto importante, segundo Viviane, é a atenção à sinalização nos trechos em obras. Normalmente, nesses locais, o tráfego é mais lento e em algumas situações a concessionária adota o sistema Pare e Siga, o que exige cuidado redobrado dos motoristas.
Como uma das medidas para diminuir as ocorrências, a concessionária instalou em maio deste ano 300 luminárias no trecho de serra da SP 310 – Rodovia Washington Luís, entre o km 194 e o km 197, em ambos os sentidos, em Corumbataí. O local apresenta uma configuração que exige muita cautela dos motoristas com curvas acentuadas e descidas e subidas íngremes.
Travessia segura
Sobre os atropelamentos, Viviane destaca a importância do uso das passarelas de pedestres para a travessia de um lado a outro da rodovia de forma segura. “É imprescindível que os usuários utilizem as passarelas, ou mesmo os viadutos com espaço para pedestres. A travessia pela rodovia deve ser evitada sempre”, afirma.
De acordo com Viviane, quando não há passarela próxima para realizar a travessia, a recomendação aos usuários é prestar a máxima atenção na movimentação da rodovia e jamais atravessar quando avistar veículos se aproximando.
Viviane recomenda ainda, como medida preventiva, o uso de roupas mais claras, de preferência com cores mais chamativas, que facilitam a visualização dos motoristas. Para travessias à noite, a dica é utilizar uma lanterna para sinalizar aos motoristas a presença de pedestre. “São cuidados que não vão fazer o veículo parar, mas talvez ajudem a chamar a atenção do motorista e dê a ele mais tempo de reação para reduzir a velocidade”, avalia.
O contrato de concessão da Eixo SP prevê a implantação de 32 novas passarelas de pedestres ao longo do trecho. Outra atitude que deve ser evitada em razão do risco de atropelamento é caminhar, correr ou pedalar no acostamento. De acordo com Viviane, o acostamento não é lugar seguro para essas práticas.
“Qualquer imprevisto com o veículo, o motorista utiliza o acostamento e, às vezes, na emergência, ele não vê se tem alguém no acostamento”, diz. Além disso, tem também a imprudência de motoristas que manuseiam o celular ou outros objetos enquanto dirigem e sem perceber o veículo deriva para o acostamento provocando risco de atropelamento.