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Fazendas mostram perda de matas, dia a dia de incêndios e recuperação em Pompéia

Fazendas mostram perda de matas, dia a dia de incêndios e recuperação em Pompéia

Um balanço dos danos provocados por incêndios florestais em Pompéia (30km de Marília) mostra que o fogo quase todos os 1500 hectares de mata das Fazendas Guaiuvira e Água do Cedro, além de cerca de 260 hectares de pastagens e cercas.

Os dados não incluem informações sobre perdas de animais silvestres. Segundo o comunicado, produzido em nome das duas fazendas, é um número difícil de calcular. Não há registro de perda de rebanhos.

 “O impacto da destruição ainda está sendo calculado e a ação mais emergencial no momento, é manter o fogo sob controle e alimentar os animais silvestres”, diz o documento.

cochos-frutas-para-animais_1726498135.jpgTrabalho de recuperação tem apoio de voluntários para levar alimento a animais silvestres

Segundo os representantes das fazendas, diariamente são disponibilizados cochos de alimentos como frutas e vegetais, além de água, em pontos estratégicos da mata.

Assim como o controle dos incêndios, o trabalho de suporte aos animais conta com ação voluntária de grupos organizados da cidade de Pompeia. O comunicado das fazendas agradece a todos os voluntários e aos órgãos oficiais.

Além do combate ao fogo, o trabalho voluntário garantiu fornecimento de marmitas, isotônico, água e máscaras para os brigadistas e voluntários por quase 15 dias seguidos. Nos momentos de pico, em torno de cem voluntários foram mobilizados.

monitoramento-focos-incendios_1726498135.jpgFocos de incêndios em área de mata junto a fazendas de Pompéia

“A recuperação total pode demorar mais de 100 anos, mas nossos esforços agora são para recuperar e fazer tudo o que a tecnologia nos permite para que isso ocorra com mais celeridade”, disse Mário Bastos, um dos gestores da Fazenda Guaiuvira,

O documento divulgou ainda um cronograma da evolução do fogo e dos danos. Veja abaixo:

– Tarde de 22 de agosto
Equipes das fazendas Guaiuvira e Água do Cedro identificaram o primeiro foco de incêndio na área industrial de Paulópolis. O vento e a seca fizeram com que o fogo se espalhasse em três direções diferentes, atingindo as fazendas Água do Cedro, Guaiuvira e Guaritá no dia 23.

– Dia 24 de agosto
Chuvas amenizaram a situação. Porém os dias seguintes foram de intenso trabalho para conter o fogo que se espalhava de forma descontrolada. A ação incluiu o monitoramento dos pontos de maior risco.

– Dia 28 de agosto
“O fogo voltou com força nas Fazendas Guaiuvira e Guaritá, onde o caminhão dos Bombeiros conseguiu chegar, porém, sem conseguir conter as chamas.”

fgo-pompeia-ameaca-zona-urbana_1726498135.jpgChamas atingiram áreas próximas à zona urbana com alerta de riscos na cidade

– Dia 29
Equipes começaram a atuar nas encostas, que também já estavam sendo consumidas pelo fogo, mas havia riscos para os brigadistas, o que impediu que o trabalho prosseguisse.

– Dia 2 de setembro
Focos de incêndio se ampliaram e a situação se tornou muito crítica depois que os brigadistas fizeram a tentativa de bloqueio do fogo mas as chamas transpuseram o aceiro, atingiram e destruíram vegetação nativa e áreas de pastagem, começando a se aproximar da cidade.

– Dias 4, 5 e 6
“Foram os mais críticos, especialmente para a população urbana, já que o fogo se aproximava muito da cidade e também da sede da Fazenda Guaiuvira, além de atingir a plantação de eucalipto ao lado do Distrito Industrial.”

fogo-pompeia_1725456383.pngControle dos incêndios contou com suporte de aeronaves na cidade

No dia 5, o fogo se alastrou até os limites do Distrito Industrial, onde integrantes da Defesa Civil e Prefeitura precisaram retirar a cerca permitindo o acesso para a ampliação do aceiro já existente, quando também foi necessária a derrubada de algumas árvores para liberar o caminho.

“Como estavam combatendo incêndios em outro lado da fazenda, a família só tomou conhecimento da ocorrência, no dia 06, pela manhã.”