Menos de duas semanas depois de ter efetuado quatro disparos, matar o técnico agrícola Hamilton Olímpio Ribeiro Júnior, 29 anos, e ferir outras duas pessoas, o soldado da polícia militar Moroni Siqueira Rosa foi denunciado por homicídio qualificado no caso ocorrido durante o Marilia Rodeo Music, evento que marcou a volta dos rodeios à cidade.
A denúncia foi protocolada pelo Ministério Público na sexta-feira, dia 13, e aguarda decisão da 2ª vara Criminal para transformar Moroni, que está preso em São Paulo, em réu no processo.
A acusação acompanha o relatório da Polícia Civil que identificou motivo fútil, sem chance de defesa para a vítima e com exposição de outros a risco em função dos tiros em meio à aglomeração.
O promotor de Justiça Rafael Abujamra também acusa o policial de tentativa de homicídio por dolo eventual em função dos ferimentos em duas pessoas – um homem e uma mulher – que acompanhavam o show da cantora Lauana Prado quando ocorreram os disparos.
Caso aceite a denúncia, a Justiça abre prazo para uma resposta à acusação a ser apresentada pela defesa e dá andamento ao processo com a produção de provas, tomada de depoimentos até sentença que vai definir se o policial será levado ao Tribunal do Júri Popular.
Significa dizer que Moroni vai ter diferentes momentos de defesa e recursos até eventualmente chegar ao plenário do Júri para responder pela morte.
Hamilton Júnior, a vítima, morava em Garça há poucos meses. Cegou a trabalho para um grupo de exploração de plantações para produção de celulose. Moroni vivia em Marília com a esposa e uma filha mas trabalhava em Bauru.
Ambos estavam na pista do rodeio, a poucos metros do palco quando teria começado o desentendimento. Há relatos de troca de agressões e Moroni sacou sua arma, uma pistola Glock .40 com 15 tiros.
Atingiu Hamilton no punho esquerdo, um pouco abaixo do tórax no lado direito, um tiro de raspão abaixo da cintura e um tiro pelas costas, que saiu pelo tórax. Hamilton chegou a ser socorrido mas morreu durante atendimento.
O PM foi preso em flagrante, teve a prisão transformada em preventiva e está à disposição da Justiça no Presídio Romão Gomes, destinado a policiais militares.