A campanha histórica do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris, encerrados neste domingo, tem sabor bastante especial para Marília e cria expectativa de mais visibilidade, investimentos e reconhecimento na cidade.
O país fez sua melhor participação em paralimpíadas, com 89 pódios e 25 medalhas de ouro. E duas delas para atletas reveladas e ainda filiadas à Amei (Associação Mariliense de Esporte Inclusivo), um projeto pioneiro de formação de atletas e inclusão em Marília
Alana Maldonado venceu a categoria -70kg, classe J2, a final foi contra a chinesa Yue Wang. Já na tarde de ontem (7) Rebeca Silva venceu a final contra a cubana Sheyla Hernandez, na categoria +70kg, classe J2.
Nenhuma delas mora em Marília. Mas não perderam o vínculo. Alana, bicampeã paralímpica, é filiado à associação desde 2014 e vive em São Paulo desde 2017. Já a Rebeca, que passou a integrar a equipe da AMEI em 2019, nasceu e mora até hoje em São Bernardo do Campo.
“Conhecemos a Alana em 2014, ela cursava Educação Física na Unimar, ela é natural de Tupã, onde morava na época. Quando ela chegou na Amei e identificamos que sua deficiência visual se encaixava nos padrões exigidos pelo judô paralímpico, inserimos ela na modalidade e a enviamos para o Campeonato Brasileiro em Campo Grande (MS) conta Levi Carrion, gestor da Amei.
E Alana foi campeã logo na estreia. A judoca foi medalha de prata na Rio 2016 e tomou a decisão de se mudar para São Paulo. Hoje treina na Sociedade Esportiva Palmeiras, mas seu vínculo no esporte paralímpico é a Amei.
Rebeca chegou em 2019. Havia sido medalhista nos Jogos Parapan Americanos de Lima (Peru) e conheceu a associação pelo trabalho com Alana.
A Amei teve ainda Daniel Martins na competição. Ouro no Rio 2016, ele disputou a prova dos 400m. Chegou em sétimo, mas sua participação foi muito celebrada.
A expectativa é que os resultados coloquem a entidade na vitrine para atrair talentos de outras cidades, revelar campeões, ganhar apoio e dar visibilidade também aos atletas para mais suporte