Marília

‘Despedaçada’ – Mãe faz desabafo, agradece apoio e pede justiça por morte em rodeio

Cassia e o marido, Chesma, durante gravação de mensagem na Bélgica – Reprodução
Cassia e o marido, Chesma, durante gravação de mensagem na Bélgica – Reprodução

Cássia Nunes de Abreu Tavares, mãe do técnico agrícola Hamilton Ribeiro Júnior, 29 anos, morto a tiros durante o rodeio de Marília, divulgou um vídeo com mensagem emocionada para agradecer apoio e pedir justiça no caso.

Ela estava na Bélgica – mudou para tentar vida no exterior com o marido – quando recebeu a notícia da morte.

Não tinha dinheiro para a passagem de volta, uma campanha de arrecadação foi iniciada e permitiu a viagem apenas na sexta-feira, quase uma semana depois.

“Eu estou aqui como mãe, com meu coração ainda sangrando, porque eu não sei como vai ser a minha volta. Voltando para meu país de uma maneira muito triste, despedaçada.”

Entre a morte de Hamilton e a viagem, acompanhou pelo celular o velório, as informações da família, homenagens de amigos, de empresas em que Hamilton trabalhou e de uma passeata em Itapura, cidade onde vive a família, próxima a Ilha Solteira.

hamilton-irmaos_1725712792.jpgHamilton com os irmãos, Chayene e Felipe, em foto divulgada pela mãe

O vídeo considera a morte do filho um ato de covardia que precisa ser punidos. “Não vai ser a primeira vez e nem a última, infelizmente essas coisas continuam acontecendo, mas não pode ficar impune”, disse. Pediu providências das, as autoridades precisam fazer alguma coisa

“Recebi essa notícia de uma maneira muito ruim. Eu recebi essa notícia no sábado de manhã, fazendo compras. Meu marido foi me dar essa notícia. Eu, como imigrante, fiquei com medo de gritar, de chorar. Eu fiquei com aquele choro travado na garganta e fui saindo do mercado. Fui em sofrimento, a vontade de estar junto com meu filho, de abraçar e dar meu último adeus.”

passeata-hamilton_1725713022.jpgFaixa usada durante passeata organizada por familiares e amigos de Hamilton – Reprodução

Pediu aos amigos e moradores que conhecem a família para continuar em manifestações e atuação em redes sociais com pedidos de justiça e acompanhamento da apuração do caso e da acusação contra o soldado Moroni Siqueira Rosa, autor dos disparos.

“Eu quero que a justiça seja feita, que a justiça enxergue o erro desse homem. Ele tá aí, vivo, meu filho sem vida, com minha netinha pra gente ajudar a cuidar. O primeiro velório da vida dela foi o velório do pai, estava despedaçada, chorando.”

Veja abaixo parte da gravação com o desabafo