Marília

Laudo aponta tiro nas costas por morte no rodeio de Marília; soldado 'não lembra'

Laudo aponta tiro nas costas por morte no rodeio de Marília; soldado 'não lembra'

Um disparo pelas costas, pouco abaixo da escápula, do lado esquerdo do corpo e com saída pelo tórax, provocou a morte de Hamilton Ribeiro Júnior, 29, na madrugada do dia 31 de agosto durante show da cantora Lauana Prado no rodeio de Marília.

O tiro fatal é descrito no relatório médico sobre o caso que aponta outros quatro ferimentos no corpo da vítima provocados por disparos. O documento é descrito com o relatório final da Polícia Civil que indicia o soldado Morani Siqueira Rosa por homicídio qualificado no caso.

O soldado deixou o hospital, foi levado para depoimento e disse que estava na festa com a mulher e a filha e que a vítima aproximou-se demais deles.

Afirmou que ao tentar conversar foi agredido com um soco e Amilton teria tentado tomar sua arma. Disse ter feito um disparo para sua defesa e da sua família.

Não se recordou de outros disparos, inclusive o tiro pelas costas, que provocou a morte.

Não se recordou de ter feito a ingestão de bebida alcoólica.

A mulher e a filha do soldado prestaram depoimento e disseram que o casal – Hamilton e a namorada – adotou comportamento inconveniente no local e que Moroni foi ‘conversar’ com a vítima. Teria sido agredido quando falou. Disseram ainda que o acusado sacou a arma, identificou-se como policial e Hamilton tentou tomar sua arma.

Hamilton morreu em consequência de choque hemorrágico provocado especialmente pelo primeiro ferimento.

Além de confirmar um depoimento de testemunha que já apontava o disparo pelas costas – o supervisor de segurança disse ter visto o disparo – o relatório com as novas informações inclui um depoimento que incrimina o policial.

Uma testemunha disse ter visto Moroni desferir um tapa no rosto de Hamilton, o que teria provocado o revide com um soco. E depois os disparos.

Para a polícia, o caso tem como qualificadoras o motivo fútil, a impossibilidade de defesa pela vítima e a situação de exposição a perigo, pelos tiros repetidos em local com aglomeração de pessoas.

Além disso, acusa o policial por dolo eventual nos ferimentos provocados a duas pessoas na plateia: um publicitário ferido de raspão no queixo e uma mulher atingida de raspão na perna.

O caso ainda deve receber mais relatórios médicos com detalhes sobre exames na vítima e no policial.