Uma fiscalização do governo do Estado retirou de circulação 25.040 mudas cítricas nos municípios de Herculândia e Tupã em atendimento a denúncias de produção ou comércio irregular.
A operação foi feita entre os dias 2 e 4 de julho e mobilizou engenheiros agrônomos e técnicos agropecuários da Secretaria de Agricultura e Abastecimento em combate ao greening, doença que ameaça a citricultura paulista. Reconhecida pela produção e venda das mudas, Herculândia também registra casos de repercussão e controle até atritos com fiscais.
“Nesta ação fiscalizamos seis locais e conseguimos identificar mudas cítricas armazenadas a céu aberto, onde foram coletadas amostras para diagnósticos em laboratório oficial de Cancro Cítrico e greening, além de destruídas e apreendidas”, comenta Valentim Scalon, engenheiro agrônomo e gerente do Programa Estadual de Sanidade na Produção de Materiais de Propagação.
O trabalho teve apoio da Polícia Militar Ambiental e quatro autos de infração foram lavrados com base nas legislações vigentes.
Os produtores multados foram enquadrados em medidas de defesa sanitária vegetal para coibir o comércio ambulante de mudas em São Paulo em decorrência dos graves danos econômicos às lavouras e pomares comerciais que a prática gera.
O greening é causado pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., e disseminado pelo psilídeo (Diaphorina citri).
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A doença acomete todas as plantas cítricas e não tem cura: uma vez contaminada, não é possível eliminar a bactéria da planta, que fica agindo como fonte de inóculo para contaminação de outras plantas. O greening é hoje a doença que mais ameaça a citricultura no mundo.
“As ações se tornarão rotineiras nos municípios até que a produção seja regularizada e o comércio irregular, constatado com frequência durante as fiscalizações, pare de ocorrer”, acrescentou o agrônomo.
A Defesa Agropecuária lançou em outubro um canal direto – acesse aqui – para que a população, especialmente os produtores rurais, denunciem pomares de citros abandonados ou mal manejados no estado.
A existência desse tipo de pomar, sem controle do psilídeo (Diaphorina citri), que é o vetor do greening, ou sem erradicação de plantas até oito anos contaminadas com a doença, é problemática para a citricultura, uma vez que atua como fonte de contaminação.
O corpo técnico da Defesa Agropecuária retornou à região do estado após ação coordenada realizada no final de 2023 onde, na ocasião, mais de 9 mil mudas foram apreendidas.
Em todos os pomares com plantas de citros é obrigatória a realização do controle eficiente do psilídeo, e nos pomares com até oito anos de idade, deve ser feita pelo produtor a eliminação de plantas sintomáticas.
