O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF) decidiu retirar, nesta terça-feira (18), o selo que certificava a preservação original da edificação que por muitos anos abrigou a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria (CNTI), na W3 Norte.
Após a venda do prédio e uma reforma que descaracterizou sua arquitetura original, o Selo CAU-DF (Arquitetura de Brasília) foi invalidado pelo órgão.
Segundo a Câmara Técnica de Patrimônio do CAU-DF, a concessão do selo em 2022 havia sido baseada na análise técnica da Comissão Temporária de Patrimônio, a qual considerou que o projeto original atendia aos requisitos de preservação e conservação. Entretanto, a mudança ocorrida após a venda da edificação levou à reavaliação da certificação.
De acordo com a deliberação plenária, um ofício será encaminhado à Secretaria de Cultura do Distrito Federal e ao Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Condepac-DF) sobre os cuidados e destinação do painel de parede do artista Nicolas Vlaviano, o qual faz parte da edificação.
Alerta
Em abril, o órgão emitiu uma nota pública, por meio da Câmara Temática de Patrimônio, onde manifestou preocupação com a reforma que estava em andamento no antigo edifício sede da CNTI, que é localizado na 505 Norte (W3).
A obra recebeu o Selo CAU/DF – Arquitetura de Brasília em 2022, justamente por manter os aspectos originais do projeto. As intervenções atuais do prédio acenderam um alerta sobre a necessidade da preservação das características do projeto, elaborado em 1976, com a autoria de Guedes Pinto Associados.
O comunicado ressaltou a importância do Selo CAU/DF como forma de promover o patrimônio arquitetônico da cidade e destacou que a outorga do selo a um edifício pode ser revogada caso haja descumprimento dos critérios estabelecidos.
“Tomamos conhecimento de reforma em andamento no referido edifício, devidamente regularizada em seus aspectos legais, que, em análise preliminar, está modificando suas características originais. Muito embora seja nosso zelo reconhecer a autonomia e liberdade propositiva por parte de profissionais ligados a arquitetura e urbanismo, em especial em projetos que não envolvam bens patrimoniais protegidos por estatutos de tombamento, é nosso papel, inclusive como motivadores dos ideais do Selo CAU/DF e com a intenção de reforçá-los, nos manifestarmos publicamente neste momento”, registram na nota o Cláudio Oliveira da Silva, coordenador da Câmara Temática de Patrimônio, e Ricardo Reis Meira, atual presidente do CAU/DF.
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Fonte: Nacional