O Coletivo Arco-Íris, organização da sociedade para inclusão, proteção e valorização da comunidade LGBTQI+ em Marília, quer agregar ações de engajamento social, levantar fundos visando promover ainda mais a entidade e suas causas.
Os planos foram discutidos no domingo em assembleia que definiu também a nova diretoria. João Vitor Martin Corrêa Siqueira, 23 anos, pesquisador jurídico e mestrando em Direito pela Unimar (Universidade de Marília), é o novo presidente eleito. Ele substitui Adilson Santos, o Didi, presidente atual.
“Teremos projetos envolvendo a participação das ‘famílias pela diversidade’, como também o projeto “Dignidade tem nome”, que em parceira com o poder público e privado, buscamos fazer o mutirão de retificação de nomes de pessoas transgênero”, disse João Siqueira.
A ideia central e manter padrão das diretorias anteriores com modelo de gestão em rede e participativa com todos os integrantes do Coletivo.
A organização é responsável por dois grandes eventos de visibilidade e presença para o público, com o Miss Marília Diversidade e a Parada do Orgulho LGBT+.
A novidade para o mandato a ser iniciado é a criação e instalação de um Conselho LGBT+ e um fundo de recursos para investimento em inclusão, combate à homofobia e mais ações coletivas.
Siqueira diz que a prioridade do movimento é garantir respeito à comunidade LGBT e isso não pode ser confundido com aceitação.
“Quando pensamos em um viés de aceitação propriamente dito, podemos cometer o erro de tratar esta afirmativa como uma aprovação. E isto não deve ocorrer. Os LGBTs+ existem e estão presentes em todos os lugares”, diz.
Ele destaca função da sociedade civil e especialmente dos órgãos institucionais em olhar para essa comunidade como seres individuais e pensantes, onde cada um tem o seu próprio mundo dentro de si, com suas vontades, desejos, queixas e ambições pessoais.
João Siqueira chegou ao Coletivo Arco-íris em 2021 por convite de amigos que já atuavam no movimento LGBT+ de Marília.
“Logo que cheguei me aproximei de quem hoje tenho o prazer de chamar de amigo, presidente Elói Maia, que me integrou da necessidade do Coletivo para a promoção das políticas públicas LGBT+ e me indicou para assumir uma cadeira no Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR).”
Ele diz ainda que o coletivo deve ser espaço para voz da comunidade, fazer a triagem e se aprofundar nas causas e possíveis efeitos e atender a quem procura a entidade, um desafio em função da pouca estrutura – até em número de pessoas- e capacidade de acolhimento. Mas as perspectivas são de avanços.
“Em Marília, apesar do conservadorismo predominar e estar na contramão de pautas que pontuem políticas públicas para a nossa comunidade, a mudança de pensamento que requer o a mutabilidade de posicionamento, é fundamental para a vida e o bem-estar de todes.”