Bacharel em Direito, vendedora em loja e com o pouco tempo que sobra atleta bodybuilder na categoria Wellness, Poliana Teixeira, 24 anos, conseguiu um 3º e um 5º lugar no Muscle Contest em Bauru, uma etapa regional de um grande evento da modalidade.
Foi a segunda vez no palco, a primeira como atleta inscrita na NPC Worldwide, o que a colocou na categoria ‘true novice’, para estreantes em competições da organização que promove o evento. Ela queria mais, como deve ser com qualquer atleta, mas não deixou de comemorar os resultados.
Poliana frequenta academias desde os 16 anos – hoje treina na Forma & Força em Marília – embora há pouco tempo tenha escolhido fazer a preparação para se tornar atleta.
Sonha alto, não só com conquistas mas com a possibilidade de ser profissional na categoria, crescer e poder ajudar as pessoas que ama.
“Sempre gostei de esportes. Fiz sete anos de judô, fiz dança, sempre tive muita atividade. E o que eu tenho mostrar não só a questão da transformação do corpo nesse processo, mas falar muito sobre persistência, consistência e se você realmente estiver na busca você faz acontecer”, conta.
A atleta diz que muitos momentos exigem chegar ao limite, como acordar de madrugada para estar muito cedo na academia e treinar com o tempo disponível antes de trabalho, estudos e outras tarefas da rotina.
“É o horário que eu tinha. Muitas vezes trabalhar em pontos diferentes, ainda fazia bicos em restaurantes”, diz. Apesar de gostar dos treinos, disse que não imaginava viver fisiculturismo nessa intensidade e muito menos ir ao palco.
“Procurei esporte quando tinha acabado de sair de um relacionamento, uma fase descontente no emprego e sempre fui muito ativa e tinha parado com tudo. Parei de treinar, alimentação piorou, até minhas notas caíram. Morava sozinha, tinha vindo de Iacri”, disse.
No primeiro contato com treinador, Vitor Fernandes, o que deveria ser uma consulta foi quase uma terapia. E muito incentivo.
“Ele viu potencial aonde eu não via. E aí eu digo que é preciso estar com mente toda focada. No primeiro mês tive 4% menos em gordura, no segundo 3% e a gente gosta de ver evolução, a gente quer cada vez mais. Aí pensei: e se eu for viver isso? Me encontrei.”
Estreou em competições 2023, em São José do Rio Preto, e o Muscle Contest foi sua segunda vez no palco, mas com experiência de estreia. “A visibilidade é diferente, o nível técnico, é um campeonato que abre porta para outros níveis.”
A meta segue: é chegar ao top 1 e um título overall, melhor da noite. E viver da atividade. E manter dedicação, sem preocupação com as reações em torno.
“Tem quem vai elogiar, tem quem não gosta. Eu gosto muito. Sempre ouve aquilo: não acha que está muito grande? Ao mesmo tempo eu chego a achar engraçado e penso assim: o objetivo está dando certo. Não é algo fácil. Exige muita disciplina mesmo. “
Uma dica para quem começa? “Consistência no trabalho. Faça o melhor com aquilo e nas condições que você tem. E se quer mesmo, procure ajude profissional, especializada, gente do meio que entenda. É algo que mexe com o corpo, tanto em alimentação quanto em limites.”