Campeã reconhecida em esportes paralímpicos, Sabrina Linares, de Marília, ganhou mais reconhecimento no Estado por outra vocação: ser professora.
Ela foi destaque em publicação especial da Secretaria Estadual de Esportes. Assim como faz nas competições, mostrou que também não decepciona na defesa da educação.
São vocações unidas desde quando Sabrina ainda era criança e, nas aulas de natação, ela já se colocava à disposição para ajudar os professores.
“Não por acaso essa mariliense se especializou e fez da sua grande paixão, o esporte, a linha condutora para se tornar professora de Educação Física”, diz a publicação.
E fez toda a evolução enquanto aprendeu a lidar com limitações. Ela nasceu com uma catarata congênita, o que comprometeu a sua visão – ela enxerga apenas vultos.
Infância desafiadora
“Minha infância foi bem desafiadora. Passei 7 anos da vida em salas de cirurgia para tentar melhorar a minha condição”, conta ela
A natação entrou na rotina a partir dos 9 anos. Estar na piscina sempre serviu de estímulo para dar o próximo passo. Sabrina passou a competir e chegou a estar entre as melhores do Brasil em sua classe, a S13.
Em paralelo aos treinos e campeonatos, Sabrina mergulhou de cabeça no curso de Educação Física.
Hoje, aos 32 anos, atleta e professora da Amei (Associação Mariliense de Esportes Inclusivos), ela se considera realizada.
Transformar vidas
“Me formei em 2014 e desde então trabalho ensinando crianças e jovens, com e sem deficiência, a nadar. Sempre gostei de aprender e de transmitir o conhecimento. Ser professor não é fácil, mas é muito prazeroso, uma dádiva. Nosso esforço transforma vidas”, explica Sabrina.
Além disso, ela reconhece a responsabilidade que tem junto aos mais jovens, sobretudo os que têm alguma deficiência.
“Sou um caso raro: deficiente visual, formada e professora. Sinto que sou uma referência para os meus alunos. Eles me agradecem ao final de cada aula.”
Campeã nas piscinas e nas pistas
A faceta atleta de Sabrina está sempre à espreita. Nos dias 12 e 13, ela participou da terceira etapa dos Jogos Paralímpicos do Estado de São Paulo (Paresp) e fez bonito em mais de uma modalidade.
Na natação, em que é perita, Sabrina ficou com quatro ouros. Ganhou nos 50 metros livres, 100 metros livres, 100 metros costas e 100 metros peito.
Para ajudar na pontuação geral do município que representa, ela ainda se arriscou no atletismo. E não decepcionou: foram três ouros, nos 100 metros T13 e no lançamento de disco F13, e uma prata, no arremesso de peso F13.
“O atletismo ainda é novo para mim. Fico mais ansiosa antes de competir, preciso me preparar mais. Com a natação é mais natural, eu fico mais relaxada”, diz.