Perigo à saúde

Casal é condenado por indução e perigo a jovem em ritual de ayahuasca

Casal é condenado por indução e perigo a jovem em ritual de ayahuasca

O Tribunal de Justiça de São Paulo manteve condenação de um casal por sequestro e cárcere privado de um adolescente em ritual com chá de ayahuasca. Envolve ainda perigo de vida ou saúde na cerimônia religiosa. 

As penas foram de dois anos e quatro meses de reclusão e três meses de detenção. Mas o prazo que permite substituição por prestação de serviços e pagamento de um salário mínimo.

O jovem, que tinha 16 anos na época dos fatos, trabalhava em uma marmoraria dos réus e aceitou convite para participar da cerimônia. 

Os acusados o conduziram ao local sem autorização dos pais e lhe forneceram o chá. Após consumir a substância, a vítima entrou em surto psicótico e perdeu a consciência. 

Em vez de levá-lo para casa, os apelantes o mantiveram em cárcere privado por quatro dias, sem qualquer assistência médica.

O relator, José Ernesto de Souza Bittencourt Rodrigues, reiterou a responsabilização dos réus por fornecer o chá sem a autorização dos responsáveis.

“Muito embora a vítima confirme que assinou termo no qual declarou não ter consumido droga ou bebida alcoólica, não eximiria os corréus da responsabilidade”, disse.

Para o desembargador, o casal não tinha a autorização para levar o menor ao ritual e, obviamente, permissão para ingerir o chá. 

“Diante do grave estado de saúde que o jovem estava, não cabia aos corréus assentirem em não procurar ajuda médica”, acrescentou.

Em relação à acusação por cárcere privado, o magistrado ressaltou que mesmo seu descrever situação de prisão, ele não poderia sair sozinho. “Seu estado de saúde era debilitado e o impedia de sair livremente”.

Os desembargadores Xisto Albarelli Rangel Neto e Marcelo Gordo completaram a turma de julgamento.