Vício e depressão

Família de Marília quer R$ 3,8 milhões de indenização de BET após morte de apostador

Família acusa caso de obsessão e depressão por apostas e cobra indenização
Família acusa caso de obsessão e depressão por apostas e cobra indenização

Uma família de Marília pede na Justiça indenização de R$ 3.869.079 pela morte precoce de um apostador em meio a gastos, dívidas e obsessão pelas apostas.

O caso começou em setembro deste ano e ganhou repercussão nacional com exposição das mensagens de luto e indignação no portal UOL.

O valor envolve previsão de indenização para esposa, filhos, pais e mais familiares. São oito pessoas.

A reportagem – assim como a linha editorial do Giro Marília – destaca que não faz publicações sobre suicídios e trata do caso pela condição especial: o risco do vício em apostas.

Quantos até mudar a lei?

“Quantos morrerão até mudar a lei de bets’, questionou o pai do rapaz na publicação. A empresa alvo da ação é a Bet365. Não há manifestação da empresa sobre o caso.

V., casado e com filhos, largou empregos aos 28 anos quando descobriu as apostas, segundo relato da esposa. Ela conta que tudo começou a partir de publicação de influenciadores.

Deixou o trabalho, passou a dedicar seu tempo às apostas e em um ano estava em quadro grave de depressão e perdas.

As dívidas chegaram a R$ 90 mil, a família vendeu a casa em que morava. Tentou apoio de psicólogo e a esposa começou a monitorar limite de apostas. Não resolveu.

Em uma segunda-feira de dezembro em 2022 ele se trancou no banheiro e fez 13 apostas de R$ 1.000. Tinha R$ 3.000 próprios, conseguiu mais R$ 10 mil com empréstimo. Perdeu tudo.

Foi para a casa da mãe almoçar. Tirou a própria vida no quintal

Exemplo para apostadores

Além da indenização, a família tenta criar exemplo para outros apostadores e pressionar mudanças nas regras de apostas no país.

“Quantos Vinícius serão perdidos, quantas famílias vão continuar sendo destruídas por causa dessa ganância”, diz o pai na entrevista ao UOL.

Marilia mantem serviços de apoio a pessoas em depressão com atendimento pela rede CAPS de atenção psicossocial além e atendimento pelo CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo telefone 188.