Motorista na UTI

Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito

Justiça aceita denúncia do MP contra empresário

Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito
Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito

Marília - O empresário Thiago Carrara Veloso vira réu por tentativa de morte e omissão de socorro contra o motorista Alexandre Bernardi em caso de briga de trânsito em Marilia.

A decisão é do juiz Fabiano da Silva Moreno, da 3ª Vara Criminal de Marília, e acompanha denúncia do Ministério Público do Estado.

O promotor de Justiça Rafael Abujamra aponta tentativa de homicídio com a qualificadora de motivo fútil. Também denunciou Thiago por deixar a vítima em estado grave sem socorro. E pede desde já indenização por danos morais e materiais à vítima.

Ainda não há manifestação da defesa na fase de processo. No inquérito policial, Thiago diz que apenas defendeu-se de agressões e disse não lembrar nada sobre a queda de Alexandre.

Começa com acidente de trânsito

O caso começou com uma colisão de trânsito na saída da estrada do pombo, próximo a chácaras e bairros da zona norte.

O Corolla que Alexandre dirigia e um utilitário de Thiago tiveram o que promotor chama de esfregações. Seguiram em direção ao Marília Shopping, onde houve o encontro.

Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito
Alexandre, a vítima: Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito

Alexandre tentava chegar até os filhos adolescentes. Não foi. Terminou a noite na UTI com diversas lesões.

“Em reação totalmente desproporcional à causa (colisão de trânsito), passou a agredir a vítima com socos, no meio da rua, postando-se de costas para o Shopping”, diz o promotor.

Para ele, Thiago assumiu o risco ao manter as agressões, “tornando a empurrar a vítima rumo ao buraco”. Alexandre caiu por quatro metros entre a calçada no aclive e o piso de um posto de combustíveis.

“Na sequência, retornou a seu automóvel, fazendo-se acompanhar de seu cunhado e retirou-se do local ‘cantando pneus’”, diz a denúncia. Veja os detalhes do ataque, lesões e resultados, segundo versão do promotor

Acusado de agressão no trânsito vira réu por tentativa de morte e omissão
Denúncia do MP: Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito

– A queda

Na queda Alexandre chocou-se com um telhado metálico que cobria o equipamento do posto de combustível. Apresentou grande sangramento na boca e nariz.
“Inclusive seu nariz borbulhava, sendo orientado por uma popular a virar o rosto para que não se sufocasse com o próprio o sangue.”

– O socorro

Moradores chamaram o Samu e Alexandre foi ao hospital com ferimentos no rosto, cabeça e dificuldade para respirar, permanecendo internado na UTI em estado grave.
“A vítima foi atendida com múltiplas fraturas de face, hemorragia intraparenquimatosa, desvio de linha média de 1,1cm, profusão de olho esquerdo e anisocoria esquerdo maior como direito, fratura de c5 c6 e contusão pulmonar bilateral e ao epistaxe (fls. 245/247).”

– Perícia médica mostra lesões

O exame de corpo de delito realizado encontrou a vítima em intubação orotraqueal e ventilação mecânica. Tinha sonda urinária, monitorização de sinais vitais, curativo oclusivo extenso em cabeça.
“Logo, o crime não se consumou por circunstâncias alheias ao risco assumido por Thiago, notadamente pelo pronto e eficaz socorro médico.”

Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito
Queda de quatro metros e várias lesões:Empresário vira réu por tentativa de morte e omissão em briga de trânsito

– Denúncia aponta crimes

O MP denuncia Thiago Carrara como incurso no artigo 121, § 2º, II, combinado com artigo 14, II e art. 18, I, e artigo 135.
Representa dizer homicídio qualificado em tentativa – quando não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do autor -. É ainda caso com dolo eventual, além de denunciar omissão de socorro.

– O que pede a denúncia

O promotor pede ao final que o caso siga para Tribunal do Júri Popular. e já prevê pena de indenização além das eventuais punições caso haja condenação pelos crimes.
“Requeiro, ainda, a condenação ao pagamento das custas judiciais, bem como seja fixado valor mínimo de reparação pelos danos materiais e morais causados à vítima.”