
Marília - Grupo de voluntários que reassumiu Cacam (Centro de Apoio à Criança e Adolescente de Marília) relata danos e acusa abandono, perda de material e prejuízos financeiros após intervenção da prefeitura.
A intervenção durou quase um ano entre maio de 2024 e março deste ano, quando a nova gestão da prefeitura devolveu o Cacam aos voluntários.
Um processo administrativo que a prefeitura abriu na intervenção foi para o arquivo. O que sobra, segundo o relatório, é um trabalho duro de recuperação.
A lista inclui situações de risco, como gambiarras elétricas, ligações improvisadas e tomadas soltas nos quartos.
Abandono total do prédio, não cuidaram, só prejudicaram o que tinha. Usaram o dinheiro de manutenção que o Cacam tinha, uma reserva de R$ 50 mil, e não cuidaram de nada.
Relatório de danos no Cacam
Cercas elétricas desativadas e rompidas, câmeras de segurança sem desligadas ou fora de atividade são outros problemas.
Móveis quebrados – incluindo camas -, falta de portas, armários, ponto de funcionários, puxadores de gavetas entram na lista de problemas
Relato inclui prejuízos financeiros
O relatório indica ainda que a entidade teve grandes perdas financeiras: deixou de receber em torno de R$ 300 mil. Eram recursos de repasses por empresas e entidades que bloquearam os pagamentos após a intervenção em ano eleitoral.
A relação do abandono mostra ainda muitos pontos de infiltração por falha na manutenção de telhado e escoamento.
Há ainda problemas básicos, como muitos vidros quebrados, mato sem cortar, danos em piso externo e interno ou corrimãos danificados.
“E ainda sumiram com alguns brinquedos grandes que o Tauste Ação Social doou. A gente troca as telas, mas a ferragem e a estrutura ficam boas. Sumiram com os brinquedos.”
A intervenção começou com argumento de problemas na escola com algumas das crianças em atendimento. Aconteceu em meio a críticas da entidade por sobrecarga de serviços sem repasses.
O Cacam oferece um serviço que a cidade não presta: acolher crianças vítimas de violência ou abandono. O último ano da gestão Daniel Alonso tirou voluntários com décadas de atuação em caso que terminou sem qualquer revelação grave, até o relatório do abandono