A escola de samba Águia de Ouro anunciou que o artista mariliense Walmir Sparapane, que há 20 acompanha a agremiação nos carnavais de rua em São Paulo, foi excluído do desfile de 2019 em função da polêmica por sua participação fantasiado de Hitler no ensaio técnico realizado no sábado.
O caso provocou fortes reações contra a escola e o artista, incluindo mensagem da Federação Israelita e de centenas de pessoas nas redes sociais. Também envolveu mensagens em sua defesa e a divulgação de um vídeo em que ele fala sobre a fantasia e o desfile.
Em postagem nas redes sociais, a escola divulgou a mensagem “um componente não representa a comunidade” em que aponta a fantasia como “um figurino de forma independente e pessoal, fazendo uma alusão ao atual presidente do Brasil e toda a nação Israelita”.
Além da fantasia de Hitler, Sparapane, que é ator, figurinista e maquiador com trabalhos no Brasil e no exterior, usou armas de brinquedo e uma faixa presidencial brasileira, além de repetir movimento das mãos imitando armas, um gesto comum mas que se tornou marca do presidente Jair Bolsonaro.
Sparapane não fez novas manifestações oficiais desde a mensagem divulgada em vídeo nas suas contas de redes sociais e reproduzida na reportagem do Giro. Ao site BOL, do grupo UOL, disse que aceitou “numa boa” a decisão da escola.
“Acho que se eu for ao desfile corro até risco de vida. E aí coloco também os outros componentes em risco. Eu seria destaque do mesmo carro em que vêm a velha guarda e 60 crianças. Não sei até que ponto vai esse tipo de fanatismo político”, disse o ator (acesse a íntegra da reportagem).
Veja abaixo o comunicado divulgado pela escola
“Um Componente não Representa uma Comunidade Inteira
Por respeitar de forma muito séria o Carnaval de SP e toda a sociedade brasileira, a escola de Samba Águia de Ouro continua acompanhando o fato isolado que ocorreu em seu ensaio técnico, no último sábado, no Sambódromo do Anhembi.
Durante o evento, o componente Walmir Sparapane montou um figurino de forma independente e pessoal, fazendo uma alusão ao atual presidente do Brasil e toda a nação Israelita.
A escola de samba repudia a atitude, que nada tem a ver com o enredo proposto e desenvolvido ao longo do último ano, e, em resposta a ela, excluiu o sambista de seu desfile.
Comprometimento, ética e respeito são as marcas registradas da escola que tem mais 42 anos de história e nunca se envolveu em episódios como este.
Temos a certeza que a energia contagiante de nossos mais de 2.700 mil componentes prevalecerá diante de um comportamento individual e sem precedentes.“