Arte & Lazer

Atelier de Marília "exporta" moda, prepara coleção casual e linha pet na cidade

Atelier de Marília "exporta" moda, prepara coleção casual e linha pet na cidade

Fazer alta costura, com modelos personalizados e exclusivos, a mais de 500km de qualquer centro de moda é o desafio que todos os dias move Sheldon Bittencourt e Rodrigo Moreira Cortes, criadores do Atelier S&R, que começa a ganhar mercado após premiação em concurso nacional do setor.

O atelier foi criado há três anos, mas Sheldon começou há trabalhar com moda há 24 anos. Rodrigo é o especialista em administração, marketing e publicidade. O DNA do atelier é a produção de vestidos para festas, feitos sob medida. E os dois colecionam momentos de muito sucesso nessa jornada, com destaque para produção de vestidos de noiva.

Mas enfrenta também mercado retraído, de pouca tradição, concorrência injusta de um mercado forrado de peças de baixa qualidade e o crescimento do mercado de aluguel de peças, que Sheldon considera um erro grave.

“O aluguel é caro demais pelo uso que permite, para uma vez em um momento tão especial. Um vestido sob medida, além da personalização, pode ser desenvolvido para usar outras de outras formas, passar por gerações na família, diz Sheldon. 

Conheça um pouco mais sobre o trabalho e pensamento dos estilistas que começam a exportar moda a partir de Marília.

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GIRO MARÍLIA – Qual o maior desafio do mercado?

Sheldon Bittencourt – Um modelo de concorrência injusta, em lojas, lojas de aluguel de roupas em condições que não dá para comparar. Acho o aluguel um investimento muito alto. Tentamos manter a tradição, vestidos que têm como passar por toda a família. 

GM – O atelier produz só alta costura e festas? Pensam em produzir moda casual com assinatura S&R?

Sheldon – Os trajes de festa, exclusivos, são uma atração principal, mas trabalhamos com moda geral, com modelos sob medida, personalizados, adaptados ao biótipo da pessoa. Já começamos um projeto de lançamento de moda casual, de dia-a-dia, e até linha pet com muita qualidade. O projeto é levar o padrão de produção da alta costura para roupas como blazers ou terninhos para executivas, advogadas. Também trabalhamos com bordados em geral, personalização de calçados, alguns acessórios para noivas.

GM – O atelier já tem casos de sucesso com vestidos de noiva. Alguma história marcante?

Sheldon – Vestidos de noiva são sempre momentos especiais, mas o primeiro vestido foi muito diferenciado, não só por ser o primeiro mas também pelo resultado. Quando a noiva provou o vestido era o sonho dela,  já havia passado por outros estilistas e todos queriam mudar o que ela queria. Respeitamos as indicações, quando ela vestiu começou a tremer muito, teve queda de pressão, ficou muito emocionada. E aquilo nos emocionou muito também. Foi acerto e uma lição para modelo de atendimento às noivas.

GM – É um projeto que toma mais tempo?

Sheldon – Pedimos geralmente no mínimo seis meses de antecedência. O ideal é um ano antes para desenvolver com tranquilidade, qualidade, pensar os detalhes do projeto, escolher material. São até dois meses de costura, então tudo precisa estar pronto com antecedência . Trabalhamos com uma agenda porque o vestido é personalizado, é momento em que tudo influencia, há muito nervosismo e dúvida. São momentos que somos estilistas, médicos, psicólogos.

GM – Quem vocês gostariam de vestir na cidade?

Sheldon – A presidente do Fundo Social, Sílvia Acetose, pelo fato de ser uma mulher muito simpática, pela maneira como ela se relaciona com todos os perfis de pessoas. Gostaria muito de fazer um vestido para ela.

GM – O que está fora de moda? E o que está na moda usar?

Está totalmente fora de moda marcar horário e não aparecer e não avisar. Tiram horário de outras clientes, prejudicam o trabalho do atelier. O tradicional é sempre moda sem erro, um tailleur, blazer e saia.

GM – Peças obrigatórias em casa?

Sheldon – Jeaans e regata, camisa branca, vestido preto são eternos curingas.