O setor cinematográfico no Brasil alcançou números expressivos em 2015, de acordo com o Informe Anual divulgado hoje (25) pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). Foram registrados no ano passado 172,9 milhões de espectadores nas salas de cinema do país – um aumento de 11,1% em relação a 2014.
A renda gerada em bilheteria foi R$ 2,35 bilhões, refletindo um aumento de 20,1% em comparação ao ano anterior. De acordo com a Superintendência de Análise de Mercado da Ancine, essas são as maiores taxas de crescimento de bilheteria e de público registradas nos últimos cinco anos, e tanto os filmes brasileiros quanto os estrangeiros contribuíram para esse aumento.
O informe da Ancine, – que traz dados sobre distribuição, exibição e produção de obras para cinema – mostra ainda que o público dos filmes brasileiros, em relação ao total de espectadores, passou de 12,2%, em 2014, para 13% em 2015. Foram 22,5 milhões de espectadores de filmes nacionais, ante 19,1 milhões em 2014.
De acordo com os critérios adotados pela agência na elaboração do informe, os dados coletados são relativos a 53 semanas cinematográficas, o que corresponde ao período de 1 de janeiro de 2015 a 6 de janeiro de 2016. Ainda que 2015 tenha tido uma semana cinematográfica a mais do que nos anos anteriores, as taxas de crescimento de público e de renda continuariam sendo as maiores dos últimos cinco anos se considerássemos apenas os resultados conquistados até a 52ª semana, analisa o documento da Ancine.
Cinema brasileiro produziu mais
Em 2015 foram lançados 128 longas-metragens nacionais. Comparado a 2014, com 114 lançamentos, houve aumento de 12,3% em títulos brasileiros nos cinemas. Os 128 lançamentos foram produzidos por 116 empresas distintas, das quais oito lançaram mais de um título.
Dos filmes brasileiros, 80 foram do gênero ficção e 48 documentários. No ranking das 20 maiores bilheterias, três são filmes nacionais, responsáveis por 43% do público de obras produzidas no país e por 6% do público total.
São eles Loucas pra Casar, que ficou em 10º lugar, com público de 3,7 milhões; Vai que Cola, filme originado da série de TV paga, que fez 3,3 milhões de espectadores e ficou na 12ª posição do ranking; e Meu Passado me Condena 2, que ficou em 20º lugar, com 2,6 milhões de espectadores.
Mais salas de cinema
O informe da Ancine também aponta crescimento recorde do parque exibidor brasileiro, que encerrou 2015 com mais de 3 mil salas em funcionamento, marca que o país não atingia desde 1977. No ano passado foram inaugurados 58 complexos, totalizando 252 novas salas. Deles, 11 foram reabertos e oito ampliaram o número de telas.
O crescimento foi mais intenso na Região Sudeste, que ganhou 165 salas, sendo 91 no estado de São Paulo. As regiões Norte e Nordeste apresentaram aumento maior do parque exibidor, em comparação com o Sul e o Centro-Oeste. Foram oito complexos abertos no Norte e 12 no Nordeste.
Outro dado positivo foi o avanço do processo de digitalização nas salas de cinema, que segundo a Ancine já está em fase de finalização. De acordo com levantamento junto aos exibidores, o parque exibidor chegou ao final do ano com 2.775 salas digitalizadas, o que representa 92% das salas do país. Em 2014, o percentual era de 62,5%.