Um relato triste envolvendo um pet num voo da Gol viralizou nas redes sociais esta semana. Trata-se de Tom, um cão muito amigável e carinhoso, que infelizmente foi vítima de uma fatalidade durante um voo pela GOL de Guarulhos até a cidade de Vitória, no Espírito Santo, em dezembro de 2019.
Quem compartilhou a história nas redes foi Rachel Canuto, irmã de David Canuto, tutor de Tom. O cão, que vivia em São Paulo com o dono, passava as férias também com ele em Vitória, visitando o restante da família. Em sua viagem para passar o Natal de 2019 com todos eles, o animal foi colocado no porão do avião, por conta do seu grande porte.
O Tomzinho era o cachorro querido da minha família. Seu “dono oficial” era o meu irmão, David, que se mudou para SP a trabalho e queria uma companhia. Tom se tornou seu alicerce lá.
Segue o fio
“Ao chegar em Vitória, meu irmão foi enrolado por QUASE UMA HORA pelos funcionários da Gol, que não traziam o Tom para ele e não diziam o porquê!”, escreveu Rachel em sua publicação no Twitter. “Após 40 minutos de espera aflitiva, uma funcionária informou que o Tomzinho, cachorro/amigo/filho do David, havia chegado já ‘sem sinais vitais'”.
A moça ainda escreveu sobre sua indignação com o despreparo da empresa em lidar com a situação e que, segundo ela, teriam instruído o irmão a colocar o corpo do animal no freezer da casa, ou enterrá-lo em um terreno. Tendo que se virar, a família levou o cão já em óbito a uma clínica, onde descobriram que Tom havia morrido de hipertermia, ou seja, de calor dentro do local onde foi posto. Rachel compartilhou o documento no seu relato.
Agora, oito meses após a morte de Tom, a empresa se pronunciou e ofereceu duas passagens aéreas pelo ocorrido com o animal. Ao Canal do Pet , o tutor contou que a oferta da GOL e a forma como tentaram “precificar a vida” de um ser vivo foi uma falta de respeito e que ele quer justiça pelo ocorrido.
2 vouchers para vôos nacionais fora de temporada (frisaram bem, inclusive, que não incluía Fernando de Noronha e Jericoacoara) e sem taxas inclusas.
Dá para acreditar? #justiçaparatom pic.twitter.com/XRAm8ULl8m
“Meu intuito é que eles mudem a forma como eles viajam como animais, como despacham eles, não é para demonizar a empresa, eu não quero acabar com a Gol, só quero que isso não aconteça mais. Quero que eles mostrem que vão trabalhar nisso e melhorar. Não é justo que isso aconteça com o bichinho de alguém. Vejo eles se preocupando em cuidar das pessoas, mas falharam com animais, que são parte da vida das pessoas também”, conta David.
O tutor também conta que o cão já havia viajado outras vezes e que não tinha tido problema. “Sempre me passaram muita segurança, sempre tratavam ele bem, o problema foi do embarque para frente”. David afirma que Tom era o seu maior companheiro em São Paulo, um verdadeiro membro da família. O moço também contou que teve que arcar com custos com o enterro, necrópole, além das passagens do animal terem sido mais caras que a dele.
Nesse ano, o cão completaria 2 anos de vida. Tom, na verdade apelido de “Antônio Carlos”, fora adotado por David, que conta que o cão que o escolheu. “Chegando no local onde fui adotar, Tom, que era o mais tímido, veio direto me receber. O dono do canil disse que ele tinha me escolhido e no dia seguinte já fui buscá-lo”.
A família está completamente abalada com o ocorrido e também faz um apelo às redes com a hashtag ” justiçaparatom “. “Minha família tinha um carinho imenso por ele, minha mãe tratava ele como neto e minha irmã como sobrinho”, diz o tutor. O cão seguia David por toda parte que moldava sua vida para ter o animal sempre com ele: “Olho para as fotos e tudo ainda me deixa muito chocado”, afirma.
As sequelas emocionais no meu irmão, David, que tinha no Tom uma de suas principais fontes de segurança e afeto em São Paulo são gravíssimas. pic.twitter.com/0BFiJy52jC
A reportagem entrou em contato com a assessoria da GOL, que preferiu não se pronunciar sobre o assunto porque o caso está em andamento em processo judicial.