A profissão de comissário de voo proporciona ao profissionais muitas viagens ao redor do mundo e experiências em lugares diversos, inclusive, a possibilidade de se ter um “date” ou um love em alto voo. O iG Turismo, em comemoração ao Dia Nacional dos Comissários de Bordo, nesta segunda-feira (31), ouviu relatos e experiências de histórias de amor, fracassadas ou com sucesso, além das paqueras iniciadas em alto voo.
Estar em contato diariamente com, aproximadamente, duzentos ou trezentos passageiros por dia, é bem comum ouvir histórias surpreendentes dentro da cabine e receber cantadas daqueles passageiros mais corajosos. Algumas dessas oportunidades até parecem vantajosas, inclusive, muitos comissários dizem colecionar cartões pessoais entregues por passageiros.
Pedro*, comissário de voo há três anos, apesar de ser sempre discreto, reservado e profissional, conta que sempre nutriu curiosidade em se relacionar com um passageiro. “Certa vez eu estava na porta do avião, na hora do desembarque, para aquele último contato visual com os passageiros, me despedindo. De repente, de forma muito rápida, um passageiro passou, falou meu nome, que constava no crachá, deixou seu cartão comigo e saiu”, lembra.
Ele conta que não teve tempo de ver muito bem quem era e que ficou desconcertado com a situação. Embora, dias depois, resolveu procurar o cartão e o buscou nas redes sociais para ver quem era o pretendente passageiro.
“Procurei e, para a minha surpresa, ele era bem interessante! Aquela situação e contexto me deixavam muito curioso e interessado em saber como aquilo se desenvolveria, afinal eu estava solteiro e queria desfrutar das possibilidades que apareceriam”.
O comissário decidiu ir além e o adicionou no Whatsapp pelo número que constava no cartão. “Dei oi e ele me reconheceu de imediato, lembrou do meu nome, inclusive. Fiquei bem entusiasmado. Autoestima bombando”. No entanto, logo na sequência da conversa, algo muito estranho ocorreu quando o seu “pretendente passageiro” lhe enviou um link do Youtube de uma propaganda de uma empresa que prometia grandes lucros com pouco investimento.
“Não precisei ir muito longe para descobrir que a empresa em questão era investigada por suspeita de ser um esquema de pirâmide financeira. Quando voltei para a conversa no Whatsapp, a pergunta: ‘você tem interesse em participar da nossa empresa?’ Naquele momento, meu mundo caiu, minha autoestima derreteu e eu não sabia onde enfiar a cara de vergonha.”
Não demorou muito para ele perceber que não era desta vez que alcançaria um romance em alto voo e que esta história, de um possível romance de avião, era apenas uma fantasia que estava em sua cabeça há dias.
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Flerte e mensagem no direct do Instagram com ator famoso
Letícia*, que trabalha há mais de 20 anos em uma empresa aérea brasileira, relembra que estava em um voo com um grupo de teatro que voava para se apresentar em diversas cidades. Uma das integrantes deste voo era a atriz global Cristiana Oliveira, conhecida por diversos papéis em novelas e filmes.
Além dela, havia um outro famoso, que acabou tendo um desconforto com a reclinação e o espaço entre a sua poltrona. Por conta disso, Cristiana solicitou ajuda a Leticia e a seus colegas para que eles pudessem ajudá-lo. É neste momento que ela começa a notar uns olhares do ator sem pausa para ela. “Ele ficava me olhando durante o voo todo”, comenta.
Na saída, ele se despediu dela de forma muito galanteadora. “Me deu tchau me encarando muito”. No mesmo dia, ela, espantadamente, percebeu uma mensagem do ator no direct (mensagem particular) de seu Instagram pessoal em que dizia “oi, moça dos olhos lindos”.
Eles começaram a conversar e ela foi convidada para assistir uma peça do ator em Brasília. No entanto, ao procurá-lo no Facebook, Letícia percebeu que o ator era casado. “Quando fui procurá-lo no Face, a foto da capa dele era ele e a mulher no dia do casamento. Meu Deus, como assim?”, se questionou. A comissária comenta ainda que, apesar de ter sido novamente convidada pelo ator para a peça em Brasília, inventou uma desculpa e se recusou, não tendo mais contatos futuramente.
“Esbarrão” com Caio Castro
Outro comissário de bordo que tem história boa para contar é Marcos*. Ele trabalha no ramo há três anos e teve um “momento íntimo” com Caio Castro dentro do avião, em uma ponte aérea Rio de Janeiro e São Paulo, considerada a rota dos famosos nas viagens aéreas. Ele conta que, no final do embarque de um voo lotado, o ator foi um dos últimos a embarcar.
“Era o sonho de consumo de muitas mulheres e homens também. Estava na passarela posicionado para embarcar”, comenta ele. No entanto, ao passar pelo corredor, Caio estava sem espaço para chegar até sua poltrona e Marcos também não tinha para onde ir, tendo em vista o espaço reduzido para se locomover nos avião.
Neste momento, o comissário se posicionou de costas para que o ator pudesse ter um pouco mais de espaço para passar. “Me virei e senti ‘aquela encoxada’ inevitável”. Apesar de saber que o aconteceu foi sem escolha do ator, Marcos ficou animado. “Suspirei fundo e dei boas vindas a ele. Corri para a galley [cozinha do avião] para fofocar com os colegas e contar o que tinha acontecido. Não foi proposital, eu sei, mas melhorou meu dia”, se diverte.
Marcos ainda diz que a viação proporciona esse tipo de aproximação com celebridades constantemente e que, em outra ocasião, também levou Grazi Massafera, atual namorada de Caio, em outro voo.
Bilhete de jogador de futebol
Janaína*, comissária de voo há 10 anos, relembra que durante um voo de Curitiba (PR) para São Paulo, um trajeto geralmente bastante turbulento e corrido, ela embarcou juntamente com a delegação do time São Paulo. Por ser são-paulina, ela ficou extremamente entusiasmada, olhando com a esperança de conseguir um autógrafo.
Em um dado momento do voo, a comissária começou a notar uma troca de olhares entre ela e o jogador profissional de futebol Lucas Moura, atualmente jogador do time Tottenham, da Inglaterra. “Por conta de uma turbulência no voo, eu tive que circular várias vezes pelo corredor e comecei a notar que toda vez que eu passava entre os passageiros, ele queria me falar alguma coisa, porém, eu não conseguia parar por conta da correria do trabalho”.
No desembarque, a comissária conta que uma funcionária da empresa aérea apareceu perguntando “quem é Janaína?”, pois tinha um bilhete que precisava ser entregue a ela. No pequeno papel havia um telefone e um pequeno recado que dizia “me liga”. Na época a comissária, ela estava namorando, então não deu tanta importância. Tempos depois, seu então namorado foi embora para os Estados Unidos e ela ficou solteira por um tempo. Janaína procurou o bilhete do jogador, tentou contato, mas o número já não era mais o mesmo.
*Os nomes dos comissários foram alterados para preservar as fontes, bem como seus acordos profissionais.