São Paulo é a maior capital do Brasil, tanto em número de pessoas (são mais de 12 milhões de habitantes) quanto em espaço geográfico, mas o estado também abriga cidades cuja população não passa de 2 mil pessoas. Parece bem diferente para quem mora nas grandes metrópoles do país, mas esses micromunicípios têm histórias bem diferentes, além de lugares especiais para visitar.
Não existem possibilidades significativas de visitação ou atrações, tanto nas cidades quanto nos seus arredores, mas a população diminuta chama a atenção, sem falar que, por se tratar de cidades pacatas, despertam a curiosidade de quem se pergunta como funciona o dia a dia desses locais.
Veja abaixo as 10 menores cidades do estado de São Paulo e saiba mais sobre como foram fundadas.
1. Borá (838 habitantes)
O município localizado no interior de São Paulo é o menor do estado e um dos menos populosos do país. Seu povoamento iniciou em meados de 1918, quando os membros da família Vedovatti, atravessando as águas do rio Borá, iam a Sapezal, cidade em que faziam seu comércio de gêneros alimentícios e, em 1919, chegaram as famílias portuguesas. Seu status de município foi oficializado em março de 1965.
Entre as possibilidades de atividades turísticas, Borá possui algumas cachoeiras, como a Cachoeira do Tancão, a 1,5 km de distância da cidade, sentido a Paraguaçu Paulista. Já a Serra da Bunka é procurada especialmente por quem pratica Mountain Bike nas cidades vizinhas, embora poucos boraenses a conheçam. Ela fica na divisa dos municípios de Lutécia e Paraguaçu Paulista.
2. Flora Rica (1.430 habitantes)
A cidade foi fundada em 1946 por José Firpo, proprietário de terras, e, devido ao solo fértil, o município foi nomeado primeiramente como Vila Rica, atraindo logo de cara uma população com interesses agropecuários. Em março de 1948, Vila Rica tornou-se distrito do município de Pacaembu, nomeado como Distrito da Paz.
Em dezembro de 1953, Vila Rica promovida a município por meio da Lei Estadual N° 2.456, alterando seu nome para Flora Rica, devido à variedade e exuberância de sua flora, entretanto, a Comarca continuou sendo o município de Pacaembu.
3. Santana da Ponte Pensa (1.467 habitantes)
Em 1920, a antiga fazenda da Ponte Pensa, com seus 30 mil alqueires de terras inexploradas, pertencentes a José Karan, contava com a criação de gado. Por volta de 1950, quando já se desbravava toda a região por meio do retalhamento das terras de propriedade da Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização (CIAC), Francisco Schimidt do Prado iniciou a colonização da área. A Companhia Schimidt, e herdeiros de José Karan, fundaram a cidade em 1951.
Com a passagem dos trilhos da estrada de ferro no ano de 1951, houve o progresso da região, que foi sendo povoada por imigrantes vindos de várias regiões devido às terras férteis para a agricultura. A vila de Santana da Ponte Pensa foi promovida a distrito do município de Santa Fé do Sul, em 1953, cujo cartório de registro civil foi instalado no ano seguinte. O município de Santana da Ponte Pensa foi instalado no dia 21 de março de 1965.
4. Santa Salete (1.552 habitantes)
Localizada no interior do estado, Santa Salete é pequena e não possui grandes atrativos turísticos, exceto pela sua estação de trem. A linha em questão (Estrada de Ferro de Araraquara) foi fundada em 1896, tendo sido o primeiro trecho aberto ao tráfego em 1898. Em 1912, já com problemas financeiros, a linha-tronco chegou a São José do Rio Preto. Em 1941, começou a avançar mais rapidamente, chegando em Presidente Vargas em 1952, seu ponto final à beira do Rio Paraná.
Já a Estação Santa Salete foi inaugurada em 1957, cinco anos após a entrega do prolongamento ligando Jales a Presidente Vargas (1952). Em 1986, já era penas uma plataforma com cobertura em mau estado, e o relatório da Fepasa afirmava “ter existido uma estação que foi demolida há muito tempo”. Em setembro de 2001, Santa Salete ainda era um vilarejo muito modesto, já em 2006, a paradinha ficava no meio de um pasto e ainda tinha os banquinhos simples de madeira para o passageiro sentar. Não é possível chegar até lá de carro: as pessoas precisam caminhar pelo matagal até encontrá-la.
5. Uru (1.153 habitantes)
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Em 1910, Paschoal Flamino, um colono de café, adquiriu uma propriedade no município de Pirajuí. Em 1919, mudou-se para a localidade onde hoje se encontra o município de Uru, adquirindo uma fazenda de aproximadamente 180 hectares de terras inexploradas que foram transformadas para dar continuidade à lavoura cafeeira e, em seguida, a uma vila.
Não há muitos atrativos turísticos em Uru, o que faz com que algumas pessoas se hospedem lá por um preço mais em conta, mas aproveitem as atrações de municípios vizinhos, como Lins. Lá há o Manitá Espaço e Lazer, que oferece diferentes atrações para a família toda, incluindo todas as faixas etárias. As instalações incluem restaurante, queima de fogos, espaço para cerimônias, waterball, passeio de charrete, pesca esportiva, parque de aventura, mini golfe, pedalinho, entre outros.
As tarifas variam de acordo com a atividade; no caso do minigolfe, por exemplo, crianças de até 3 anos não pagam e a atividade dura aproximadamente 1 hora para completar 18 circuitos, por R$ 15 por pessoa. Já o passaporte Lazer e Recreação, para aproveitar as atividades do dia inteiro, de acordo com a programação pré-estabelecida, custa R$ 60 por pessoa.
6. Trabiju (1.738 habitantes)
No início do século, a implantação da Estrada de Ferro Douradense, no centro do Estado de São Paulo, atraiu trabalhadores de todos os cantos do Brasil e, principalmente, imigrantes estrangeiros em busca de oportunidades. Com as entradas de ferro, casas foram construídas e a atividade comercial começou a se desenvolver em função dos trabalhadores que ali se instalavam.
O nome Trabiju tem três versões: a primeira vem do tupi-guarani, que significa “monte guia”. O outro diz respeito à vinda para esta região de uma família de fazendeiros, que gostava muito do lugar e chamou de très bijou, que significa “muito bonito”. Porém, a versão mais correta foi trazida por Ciro Rezende, dono da Estrada de Ferro Douradense. Ele escolheu a cidade para fazer um grande pátio de manobras e um centro de armazéns. Como ele fez a sua fortuna na Fazenda Trabiju, no Vale do Paraíba (que existe até hoje), resolveu colocar o nome de Trabiju para que lhe desse tanta sorte quanto teve em Pindamonhangaba.
7. Dirce Reis (1.799 habitantes)
As primeiras referências do município de Dirce Reis são de 1950 quando Paschoal Bernardo desmembrou sua fazenda em lotes e o Dr. Raphael Cavalin pegou um dos lotes e fundou um pequeno povoado que recebeu o nome de Dirce, em homenagem a uma de suas filhas, e Reis porque a data de fundação coincidiu com o dia dos Santos Reis (6 de janeiro).
Dirce Reis passou a ser considerada distrito em fevereiro de 1964, mas apenas em janeiro de 1990 conseguiu autonomia político-administrativa, tornando-se assim um município.
8. Vitória Brasil (1.846 habitantes)
Esse nome é uma homenagem à atuação de pracinhas brasileiros ao lado das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial (1945), quando o povoado foi fundado por José Félix da Silva. Apenas em 1996 se tornou um município e elegeu seu primeiro prefeito.
Por causa do seu nome, a cidade se torna um símbolo em ano de Copa do Mundo. Há muito tempo Vitória Brasil recebe decoração verde e amarela, bem como bandeirinhas. Em 2018, o letreiro do nome do município foi pintado de verde e amarelo também.
9. União Paulista (1.865 habitantes)
A cidade foi fundada por um mineiro generoso chamado Martiniano Antonio Rodrigues, nascido na cidade de Vila Duarte. A história começou em meados de 1924, quando ele saiu do seu estado para esta região com a família (esposa e quatro filhos). Rodrigues ergueu a primeira casa de tijolos na margem do Ribeirão Santa Bárbara, mas devido às dificuldades do local, resolveu doar parte de suas terras para que se formasse uma população.
O povoado tornou-se distrito de Monte Aprazível em 1951, e seu nome mudou para Vila União. Com o progresso do distrito, em fevereiro de 1964, por meio da Lei Estadual N° 8.092, seu status foi elevado para município, com o nome de União Paulista.
10. São João de Iracema (1.932 habitantes)
O município foi fundado em 1941 por Joaquim Inácio Xavier, devoto de São João Batista, e por isso ele escolheu São João como santo padroeiro. Joaquim resolveu desbravar um pedaço do sertão do estado de São Paulo, vindo de uma cidade chamada Montidouro (hoje conhecida como Itaiúba) na região de Poloni. Ele comprou 50 alqueires de terra e construiu uma casa em plena floresta, trazendo sua esposa e seus 10 filhos.
Desse total de alqueires, uma área foi doada para a construção de uma capela e dois alqueires foram divididos em lotes para vender aos futuros moradores. São João de Iracema era conhecido na época como “Os Poços”, nome colocado pelos boiadeiros que por aqui transitavam e paravam para as refeições ou pouso com suas boiadas.
Seus principais pontos turísticos, Jatobá, Golfo e Sucuri, rios que permeiam a cidade, além da Praça da Matriz, com a Paróquia São João Batista.