Uma tradição oriental mais comumente vinculada à cultura árabe esta nas ruas, eventos culturais e corporativos de Marília: a dança do ventre e as variações de danças orientais ganham público, invadiram bares, encontros profissionais e festas temáticas.
A prática une exercício, dança, expressão corporal e até mudanças de comportamento para mulheres com dificuldades de se manifestar em público: a apresentação exige desinibição, desenvoltura e interação.
Os shows, véus, movimentos de quadris e os muitos avanços das praticante sobre tabus acompanham anos de dedicação, cursos e diferentes linhas de formação e expressão na cidade. Conheça mais sobre a dança, praticantes e trabalho por trás das apresentações.
“Acredito que a modalidade possa viver fases, como na época da novela “O Clone”, mas com toda a divulgação e acessibilidade que temos hoje fica bem mais fácil iniciar aula! Os eventos são bem característicos e ricos em informações para o povo oriental ou Árabe, por isso há a procura por um trabalho mais profissional em eventos”, diz a bailarina Yara Lúcia Luiz Aguiar, a Pietra Lincah, 34 anos.
Yara começou a estudar dança há 23 anos com a professora Jaqueline Momesso, que era de São Paulo mas hoje mora na Europa. Estudou dança até entrar na faculdade de Educação Física na Unimar e depois na pós em Dança e Conscientização Corporal na FMU.
Dona de certificados como Padrão de Dança do Ventre Khan el Khalili, Selo Dunas e outros internacionais, a bailarina pratica e ensina outras modalidades de dança, mas o estilo oriental é a vedete das aulas.
“Essa dança foi criada por mulheres e para as mulheres, assim intensificando aceitação com você, com seu corpo e sua confiança! Melhora sua autoestima, fortalece vínculos de amizade, trabalho de corpo e mente em equilíbrio”, diz
Professora de dança, Silene Santilli teve seu primeiro contato com a dança do ventre em 2000 e em 2002 começou a estudar na cidade de São Paulo com uma das pioneiras na área, Lulu Sabongi, na casa de chá Khan el Khalili. Em 2006 e 2007 estudou no Egito.
“Fico extremamente feliz com o resultado; a mulher se voltando à Ela própria, resgatando seu empoderamento, magnetismo, feminilidade e sensualidade. A dança trabalha essa descoberta de forma terapêutica, deixando a autoestima em dia, então a fase é totalmente positiva. Que a dança continue a crescer e alcançar cada vez mais mulheres.”
Mas ela aponta que nem sempre considera a abertura de espaços valoriza a dança e praticantes. “Valoriza quando lugar é adequado e há uma estrutura, uma história ou contexto com a cultura, com elementos em que se encaixe a presença cênica de uma bailarina e não se é apenas um entretenimento que “foge” da apreciação da arte ou até mesmo do enredo ou proposta oriental.”
“A dança oriental não é uma onda, mas uma cultura milenar, praticada em seu berço no oriente médio, nas casas em festas de família, cada dança de acordo com a região e sua cultura de celebração. Ela se disseminou no mundo ocidental, como também no Brasil, após a chegada dos franceses no oriente”, diz Carmen Badra, 35, professora e bailarina.
Para ela, o crescimento da modalidade acompanha evolução de cidades do interior, mas que a prática é antiga nos grandes centros, especialmente cidades com concentração de comunidades árabes. E em todas as situações ganha profissionalismo.
“Pouco tem a ver com aquela visão mística de uma mulher seduzindo um homem, de fato é uma dança feminina, o que não quer dizer que seja apenas feita por mulher, com movimentos delicados e predominantemente realizados pelo quadril!“
Ana Laura Bonini Rodrigues de Souza dança desde criança, principalmente em modalidades como ballet e jazz. Cresceu apaixonada pela da dança do ventre, uma paixão retraída pelo “tabu de mostrar a barriga” e por ser uma menina fora dos padrões comerciais de beleza.
“Comecei a fazer dança do ventre em julho de 2014, era um sonho antigo, e, pesquisando descobrir que é uma dança totalmente feminista, que integra todas as mulheres independentemente do padrão estético, conta.
Bacharel em direito, Ana Laura também aproveitou a prática para vencer timidez histórica. E o apoio em casa ajudou.
“Meus pais me incentivam a participar de eventos culturais com apresentações. Fazia expressão corporal e sapateado no colégio em que estudava, com a professora Valéria, assim como Ballet e Jazz. E atualmente pratico a dança do ventre e cigana, modalidades que me deixaram mais livre e nas quais eu me encontrei.
Também bacharel em direito, Luana Gabriele Vieira Ferreira, 29, conta que sempre admirei a arte da dança, independente de qual modalidade fosse.
“Quando criança praticava ballet e por ser muito alta acreditava que não me encaixaria em outro estilo. Assistindo a uma apresentação de dança do ventre me encantei com toda a magia que ela envolve, desde os belíssimos figurinos, a expressão corporal e as músicas que tomam conta de quem está na plateia.”
Depois de um longo período de aulas e ensaios, quando pisou no palco pela primeira vez eu tive a certeza que havia feito a escolha certa.
“A dança do ventre é um verdadeiro desafio, estamos sempre em constante evolução, há sempre algo para melhorar e para isso é preciso muito estudo, além de todos os benefícios que ela nos traz a dança também une as mulheres, independente de como elas são, todas estão ali unidas com o mesmo objetivo, o de dançar, de se superar e de ser feliz.”
Confira na galeria de fotos mais imagens das bailarinas e para acompanhar mais sobre as professoras acompanhe as contas de Yara Aguiar – @pietralincah -, Silene Santilli – @silenesantillioficial e Carmen Badra – @carmembadra