Arte & Lazer

Escola discute valores através de oficina de origami

Escola discute valores através de oficina de origami

No Japão as crianças começam a aprender o origami (dobradura) a partir dos três anos de idade, como disciplina escolar. A explicação foi dada nesta semana, pela professora Tamie Tanabe Saizaki aos alunos do sexto ao nono ano da Escola Estadual “Professora Neusa Maria Marana Feijão”, situada no distrito de Lácio.

A atividade apoiada pela professora de Artes, Cláudia Mara Parolisi e a coordenadora pedagógica, Barbara Moraes Andrade Bertoncini integrou o projeto “Ética e Valores” em desenvolvimento na escola durante este ano de 2017.

Tamie Saizaki ensinou a produção de caixinhas de papel, flor e pato. Apresentou através de exposição de suas produções exclusivamente de papel, a história de vários origamis que envolvem além da habilidade na “dobra dura” algo mais precioso como a convivência, a paz e o espírito de compreensão do mundo.

Na exposição, o porta guardanapo remete a uma alcachofra colorida. Dobrados um a um, delicadamente, os guardanapos formam as “pétalas” da alcachofra, facilmente destacadas para serem usadas, além de serem decorativas.

Em uma caixa jeitosa, as pessoas podem colocar um bombom e presentear o amigo. Mas os origamis vão além da função decorativa e individual. Pinguins se juntam em colônias; leões ganham famílias; num aquário também de papel, peixes de várias espécies e até os pokemons surgem versões coloridas.

Durante a oficina, Tamie Saizaki explica que um elemento sozinho não tem tanto significado, mas ao juntar “famílias” pode contar histórias através do origami. O que importa é a criatividade de cada criança e adolescente, que poderá “viajar” por este universo que o papel proporciona. E assim os alunos da Escola “Neusa Marana”, fizeram.

Diferente do Brasil, no Japão não se comemora o Dia da Criança. Lá, no Oriente eles celebram separadamente, o Dia da Menina (3 de março) e o Dia do Menino (5 de maio). Para as meninas, montam altar com bonecas e outros elementos que remetem à infância; para os meninos, penduram no alto do telhado, elementos como se fossem pipas esvoaçantes no ar. E, esta foi mais uma lição da professora Tamie para os alunos do Ensino Fundamental II, da escola “Neusa Maria Marana Feijão”.

Através da oficina, as crianças e adolescentes também ficaram sabendo da história do urso Panda, originário da China e que está em extinção. Com uma dobradura, a professora explicou que eles só comem bambu e as fêmeas pouco procriam, às vezes apenas um filhote, por isso tanto cuidado com o animal.

E, finalmente, a ave símbolo do Japão, o tsuru, acompanhada de sua história que envolve uma garota contaminada pela bomba atômica. No hospital lhe disseram que se conseguissem dobrar mil tsurus conseguiria a cura. Ela chegou a mais de 900, mas não resistiu. A população fez uma campanha, construíram um obelisco, com a escultura da menina no alto, segurando um tsuru e ao redor do obelisco um canteiro de dobraduras. Este é um jardim da paz, em Hiroshima, contou Tamie Saizaki.

Muito além do ensinar cada dobra dura, para formatar um origami, a professora Tamie levou aos alunos da Escola “Neusa Marana” uma lição de paz que o ser humano deve cultivar, num mundo tão violento. “Vocês jovens podem mudar o mundo, incentivar as pessoas a serem boas, generosas”, disse ela enriquecendo ainda mais o projeto que durante este ano discute e pratica valores e ética, mais intensamente nesta unidade escolar.