Muito além da exposição de grandes obras, a mostra do artista plástico Kinkas Caetano em Marília promove em três dias de evento duas grandes novidades: o talento da psicopedagoga Viviane Giroto Guedes como curadora e um público consumidor de arte na cidade, um mercado que ganhou interessados embalados pelaótima recepção às obras de Kinkas.
O lado visível do sucesso está registrado por este interesse e pela procura por compra dos quadros – sim, estão todos à venda, passe por lá e confira alguns preços bem atraentes – desde a noite de abertura da exposição.
Mas há um lado de bastidores que um seleto grupo acompanha: o encontro – e reencontro – de grandes amigos, todos profissionais de sucesso em suas áreas, responsáveis por transformar uma ideia em grande evento em 15 dias.
No centro de tudo, a arte de Kinkas e a partir dela a dedicação de Viviane Giroto Guedes, uma mariliense que redescobre acidade após quase 25 anos de afastamento, incluindo temporadas morando na França e Estados Unidos.
Psicopedagoga com doutorado, professora universitária na pós-graduação da novata faculdade Católica em Marília, Viviane fez carreira na Universidade Federal do Rio de Janeiro, cidade onde foi também subsecretária de Estado e onde vivem seus filhos até hoje.
Viviane (dir), com Maria Alice Caetano e Kinkas Caetano na exposição
Antes disso, morou em Paris para alguns anos de estudos, onde conheceu Kinkas. “Moramos no apartamento que havia sido dele antes e as famílias se encontraram quando ele ia buscar correspondência”, conta a professora.
A amizade atravessou os anos, rendeu encontros na Europa e no Rio de Janeiro toda vez que possível sempre houve a expectativa de fazer a mostra em Marília. E aí os encontros começaram a fazer história.
Conversas sobre a ideia de fazer o evento logo renderam a emissão de passagens para trazer o artista. Aí não havia mais volta.
Viviane encontrou nos amigos Roberto Cimino e Nelson Amorim o suporte para a organização e montagem da mostra – “uma dedicação incrível, ninguém mais teria feito como eles”- e em outros serviços comoo do Le Marché Bistrô, que além de abrigar a mostra ofereceu no lançamento um cardápio diferenciado e de muito bom gosto.
Juntaram a eles grandes marcas da cidade, como a Life Operadora de Comunicações, o Sun Valley, a Enoteca Decanter, o empreendimento Silenzio e a Casa Sol. Havia apoio técnico, financeiro, espaço e obras. Viviane só precisou unir tudo. Não poderia ter sido melhor.
A arte de encontros e trabalho conjunto ela já havia exercitado nos anos como subsecretária para Desenvolvimento Comunitário no Estado do Rio de Janeiro.
É também de forma coletiva que deve lançar em breve um livro com outros profissionais da Anpep (Associação Nacional de Pós Graduação em Psicologia), no qual assina o capítulo “Há diferença entre ser jovem e adolescente no Brasil no contexto da desigualdade social?” Não teve dificuldade em trabalhar com todas as marcas e profissionais e confessa: foi mais fácil lidar com a iniciativa privada que nos tempos de seriços públicos.
Entre amigas: Miriam Duché, Viviane Giroto e Maria Alice Caetano
GIRO MARÍLIA – A exposição é um sucesso. Você descobriu uma nova vocação?
VIVIANE GIROTO GUEDES –Nunca havia trabalhado com isso. Sou professora universitária. O Kinkas sempre falava sobre expor em Marília. Em nosso último encontro falamos de novo, então comece os contatos, falei com a Gabriela Gonçalves (Atual Turismo), ela emitiu as passagens aí tinha que fazer acontecer. Quando programamos, uma prima que é jornalista e trabalha com eventos em Campinas, a Rose Guedes, me disse que pela repercussão eu poderia esperar público a mais e realmente aconteceu. Ela me disse depois `você leva jeito, deveria pensar em trabalhar na área`, então não sei, pode ser.
GIRO MARÍLIA- A primeira experiência tem sido boa?
VIVIANE GIROTO – Eu estou muito cansada, física e mentalmente. Mas foi muito gostoso. Trabalhar com arte é muito gostoso, é levar algo de bom para as pessoas.
GIRO MARÍLIA – Como está o reencontro e adaptação na cidade?
VIVIANE GIROTO – Morei mais de 24 anos for a de Marília, fiz minha vida a carreira fora, principalmente no Rio de Janeiro. Em 2013 fui morar nos Estados Unidos, fiquei um ano e meio por lá e quando voltei a ideia era ir pra o Rio, meus filhos moram lá. Mas aí apareceu um trabalho em universidade em Marília, depois o convite para esta nova universidade, a católica, que tem um projeto muito interessante.
Então há um fluxo me prendendo em Marília e eu não estou brigando com ele. Aprendi a leitura de sinais e estou feliz. Feliz onde moro, onde trabalho, em reencontrar amigos de uma vida, de muitos anos. Parece que não foi há tanto tempo que eu saí.
E a cidade tem um qualidade de vida muito boa.Tenho os filhos no Rio, estou sempre lá. Mas não tenho mais a disposição para ficar uma hora, uma hora e meia no trânsito para ir à Barra. Então tenho a qualidade aqui, tenho o Rio, acho que sou uma privilegiada.