Arte & Lazer

Mariliense faz arte com fotos, roda Europa e expõe em Festival de Paraty

Artista Luciana Crepaldi com foto apresentada no Festival Paraty em Foco – Arquivo Pessoal
Artista Luciana Crepaldi com foto apresentada no Festival Paraty em Foco – Arquivo Pessoal

Luciana Crepaldi artista de Marília, foi uma das selecionadas para expor no 15º Paraty em Foco, um festival internacional com artistas de todo o Brasil e do exterior que dá visibilidade no país a um conceito de trabalho que ela já expôs na Europa, nos Estados Unidos e tem desenvolvido em cursos, produção artística e oficinas de fotografia em todo o Estado.

Considerado uma enorme vitrine para a produção de imagens artísticas, sem cunho comercial, o Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco teve como tema as “Migrações” para afirmar-se como “Um Evento para Todos os Olhares”, com espaço às várias vertentes da expressão fotográfica.

Autoretrato na lente da Yashica Lm de 1930. Foto de Lu Crepaldi exposta no 15º Paraty em Foco

Luciana descobriu a possibilidade de criação com as imagens quase por acaso, já depois de formada em Arquitetura e Urbanismo pela PUC de Campinas, quando decidiu fazer um investimento que mudou sua vida: comprou um scanner por R$ 30 para trabalhos profissionais.

Em uma brincadeira com o equipamento passou a escanear partes do corpo. “Foi uma catarse”, conta. Produziu diversas imagens, combinando partes e formas de ver a si mesma e decidiu seguir com a ideia.

Encontrou o espaço e apoio que precisava em Barcelona, na Espanha, de onde foi fácil mostrar seu trabalho para outros países. Reencontrou sua vocação e ganhou o mundo.
“Cheguei a Barcelona em 1999 com um cd contendo minhas imagens feitas com escâner, as conduzi por seus caminhos, produzi obras que foram compradas por colecionadores, expostas em museus, galerias, universidades em várias partes da Espanha e do mundo”, conta Lu Crepaldi, que voltou a viver em Marília, mas segue uma artista em movimento.

“Hoje em dia minhas aulas são a partir de todo esse conhecimento que adquiri em Barcelona onde eu vivia fazendo cursos, workshops, indo a museus, galerias de arte e exposições. Atualmente dou aula através das Oficinas Poiesis pelo Governo do Estado e levo esse conceito de autoralidade, formas de relatar o mundo”, explica.

Nestes dois últimos anos já foram 22 oficinais em todo o Estado, quatro em Marília, algumas com até 60 horas de atividades, sempre com o enfoque artístico, fundamentais no seu trabalho.

“Não sou fotógrafa, nunca fiz curso, aprendi fazendo, usando. Depois fui dar aula e precisei aprofundar um pouco a formação, mas sou artista, agora sei que sou artista”, disse Lu Crepaldi.

Ela conta que as imagens dão voz às emoções, dúvidas, questionamentos sociais que a afligem. O Festival de Paraty caiu como uma luva.

O Festival apresentou trabalhos até o dia 22 de setembro. Lu Crepaldi teve dois ensaios e duas fotos únicas pré-selecionadas, incluindo um autoretrato que ganhou espaço na Casa da Cultura, centro do todo o evento.
Teve também oportunidade única de encontrar e interagir com profissionais que apresentaram obras além de grandes nomes da área que apresentaram palestras, cursos e workshops, com Maria Daniel Balcazar, dos Estados Unidos, que desenvolve um trabalho de muito sucesso em comunidades do Brasil como quilombos.

“Mulheres que se arriscam e vão para o desconhecido sozinhas, a Eliana Band por exemplo, que fez uma linda e ousada jornada pela Ásia. Precisa muito coragem e amor para viajar e ser fotógrafa documental em um mundo machista, que você não conhece. Só tenho que agradecer ter conhecido essas pérolas da arte.”