O desfile do carnaval de São Paulo, que a cada ano atrai mais participantes e atenção nacional, ganhou neste final de semana uma polêmica com o artista mariliense Walmir Sparapane no centro da crise.
O motivo foi uma manifestação durante um ensaio técnico, em que a escola leva integrantes para o sambódromo, no Anhembi. Sparapane foi para a avenida caracterizado como Hitler, com a faixa presidencial brasileira, cassetete e arma de plástico.
Além da reações ao uso da imagem do líder nazista, que comandou o holocausto com extermínio de milhões de pessoas, especialmente judeus, a caracterização repercutiu como um ataque ao presidente Jair Bolsonaro.
“Quem me conhece e me segue sabe que minha luta é diária contra qualquer tipo de intolerância”, disse Sparapane em suas redes sociais. O artista disse ainda que “mesmo com a conotação fascista, eu usei a suástica original chinesa, “ao contrário” em sinal do meu profundo respeito às vítimas do holocausto ou qualquer outro tipo de violência por abuso de poder”.
Sparapane disse ainda que a manifestação foi “exclusivamente artística, progressista e eu não sou petista e nem comunista”. O mariliense lembrou ainda que há 20 anos atua na escola como ator, figurinista e maquiador.
O artista trabalha com produções publicitárias para grandes marcas, maquiagem para cinema e produção de figurino e fantasias em grandes eventos no Brasil e no exterior, inclusive em relação com personalidades internacionais como a top Heidi Klum.
A participação rendeu onda de mensagens e críticas em redes sociais e uma manifestação oficial da Federação Israelita condenando a manifestação.
“Sempre repudiamos quando alguém associa os crimes cometidos durante o nazismo a algum fato do cotidiano. O Holocausto é algo muito sensível para a comunidade judaica em todo o mundo e para todos que sofreram com esta barbárie”, diz a nota da Federação. Acesse a íntegra da publicação da entidade.
A repercussão do caso provocou uma nota oficial da escola de samba, uma das maiores e mais conhecidas da capital paulista. Segundo o comunicado, foi uma “atitude isolada de um componente” e “a diretoria foi pega de surpresa, e já tomou as medidas necessárias para que não aconteça mais”. A nota completa está na página da escola no Facebook
A escola também divulgou um vídeo em que se manifesta sobre o caso e diz que o enredo terá críticas aos escândalos e casos de corrupção mas que não faz qualquer ataque direcionado ao presidente Bolsonaro. “Não seríamos levianos em incluir alguém que acaba de assumir o cargo“.
Veja abaixo vídeo divulgado pelo artistsa mariliense após a repercussão do caso
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