Um aditivo contratual para acréscimo de serviços vai deixar a obra de recuperação do teatro Municipal de Marília 20% mais cara e provocar gasto de dinheiro municipal 200% maior que o previsto. A justificativa para os gastos é corrigir omissões do projeto original que deixaram fora do contrato diferentes estruturas.
O aumento dos serviços vai provocar gasto extra de R$ 445 mil para uma obra orçada inicialmente em R$ 2,2 milhões, dos quais pouco mais de R$ 200 mil são recursos da prefeitura.
Entre os serviços “esquecidos” estão gastos com obras de acessibilidade, como adaptação de um banheiro e uma entrada lateral. Quando a obra foi contratada, em março deste ano, as condições de acessibilidade foram muito divulgadas o que tornam ainda mais estranha a omissão no projeto.
O secretário municipal de Obras Públicas, engenheiro Antonio Carlos Nasraui, não soube explicar os motivos da falta destas estruturas no projeto oficial – ele não era secretário no período de planejamento e contratação – e disse que a diferença de valores engloba vários quesitos com maior e menor valor.
Gastos vão de vidros a estruturas de iluminação, carpete e urdimentos, o sistema de tração que permitem subir ou movimentar cortinas, peças cenográficas e estruturas dos espetáculos.
O valor total acrescido ao contrato é de R$ 479 mil, mas outros R$ 34 mil foram suprimidos, ou seja, alguns dos gastos previstos acabaram cortados. Segundo o secretário, as obras estão no prazo e devem ficar prontas entre abril e maior de 2016.
Os ajustes elevam os preços de uma obra que já consumiu mais de R$ 4 milhões nos últimos seis anos. É a terceira vez que a cidade contrata – e gasta – com o prédio sem ter o teatro. As duas primeiras foram contratadas na gestão de Mário Bulgarelli.
A primeira, que seria a obra mais simples, foi orçada em R$ 200 mil, iniciada e abandonada. A segunda reforma, orçada em R$ 1.300.000, foi iniciada mexeu em estruturas como o telhado e acabou abandonada por falta de pagamento.
Chuva, poluição, infiltrações destruíram estruturas que ainda estavam boas e o terceiro projeto já começou com a previsão de R$ 2,2 milhões, que sobem agora a mais de R$ 2,6 milhões. E a cidade ainda espera a volta do teatro.