Uma agência produtora de cinema iniciou em São Paulo campanha para financiar a produção de uma videobiografia de Guaracy Marques Pinto, o Pé de Veludo, criminoso mais conhecido na história de Marília e tido como santo mais de 50 anos após sua morte.
Guaracy, que ganhou o apelido pela forma silenciosa e leve com que se movimentava dentro das casas que invadia, ficou famoso por crimes ousados, bilhetes para as vítimas e distribuição e parte do que furtava.
Essa história inusitada, que já rendeu diferentes estudos e publicações na cidade, agora pode virar filme. A produtora Resistência Filmes, de São Paulo, montou roteiro e iniciou montagem do filme e agora iniciou campanha para atrair doadores, arrecadar fundos e bancar a produção.
O objetivo da iniciativa é levantar fundos em janeiro, fevereiro e março pra viabilizar a iniciativa. Doações podem ser feitas através de depósitos identificados no Banco do Brasil, agência 3326-x, cc 18.004-1
O trabalho é organizado pelo diretor Marcelo Colaicovo e tem colaboração de um artista mariliense, Walmir Sparapane, dono de uma carreira de sucesso como maquiador e produtor de figurinos para cinema, TV e publicidade em São Paulo.
HISTÓRIA
rerreno da casa onde vivia Guaracy Marques, o Pá de Veludo, na década de 60 em Marília
Guaracy nasceu em Marília em 1943 filho de um mecânico e uma dona de casa. Vivia com a família em uma casa com sobra de terreno na rua Sergipe, bairro Cascata, hoje bairro de classe média-alta na cidade.
Começou a praticar furtos ainda muito novo, antes dos 18 anos. Foi morto em 1964, aos 21 anos, em um violento confronto policial na cidade.
Invadia casas durante a noite com os moradores dormindo. Além de cometer furtos, comia, analisava as casas e deixava bilhetes para as vítimas em que elogiava a comida ou falava do corpo das mulheres.
Sua dedicação às famílias pobres de periferia de Marília rendeu a ele a fama de santo e todos os anos sua sepultura atrai centenas de visitantes com pedidos de graças e solução para problemas. Comprava comida para famílias pobres ou doces e figurinhas para crianças da rua de bairros populares.
MORTE
Guaracy foi morto em sua casa depois de resistir a uma intimação policial. O delegado Ewerton Fleury Curado, que dá nome ao prédio da Polícia Civil na cidade, foi até a residência buscar o Pé de Veludo. O delegado descobriu um arsenal e segundo a polícia foi morto por Alcyr, irmão de Guaracy, que nem estava na residência.
A reação foi violenta. Praticamente toda a polícia foi à porta da casa mas Guaracy recusou-se a sair. Houve tiroteio com quase três horas de duração até que policiais decidiram usar um carro blindado por chapa de aço para chegar perto da casa e jogaram uma bomba de cloro no prédio.
Apesar de todos os tiros, foi o gás que matou Guaracy. Dois de seus irmãos foram mortos dias depois.