Quando vejo o rio Batalha
deslizando sobre a calha
de areia e pedras limbosas
sinto falta das frondosas
vegetações ciliares
que o protegiam seguras
desde o solo até as alturas.
Raso o vejo assim tão feio,
sem futuro? Então pranteio
o seu formoso passado
agora nisso restado
para desgraça da vida
que produzia riqueza
pela própria Naturza.
Foi a incauta mão humana,
destruidora, insana,
impiedosa, faltal,
crendo-se acima do mal
roubou-lhe o verde das margens,
plantou a destruição
pretextando produção.
Sucumbiu o rio. Fartura
outrora em sua água pura
já não se vê hoje em dia.
Peixes não há como havia
no pobre ex-rico rio Batalha.
Só lhe resta no momento
total reflorestamento.
Que voltem as férteis vargens
que se viam às suas margens,
cheias de frutos e flores,
sobejando multicores
vegetações ciliares,
molduras de proteção
à sua conservação.
Apelo para a criança,
nossa última esperança,
para essa santa batalha:
a mão santa que não falha
há de enfim livrar da morte
o rio que é todos nós
das nascente até a foz.