A música longínqua
de um piano
me enche de suave
nostalgia
os neurônios cerebrais.
reavivando-me na memória
tempos de felicidade…

Desperta-me também
o sentimento de solidão,
o que eu crera
se apossasse de mim
jamais!

No entanto, ei-lo invasor
da minha privacidade
na forma de túnel
esvaziado
de todas as presenças
mais amadas

e tão distantes
quanto a voz do piano
que me inspira
esta dolorosa
e tão recôndita
saudade.

Marília, 1991