Se preparar para a prova do Enem vai além de adquirir conhecimento. Para garantir o bom desempenho na avaliação, é fundamental aguçar a capacidade de recordar e aplicar informações em contextos diversos, considerando a imensidão de conteúdos estudados no período que antecede a prova. Portanto, desenvolver estratégias de memorização eficazes pode facilitar o armazenamento de informações, melhorar o desempenho na resolução das questões e aumentar a confiança.
O neurologista e professor do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, Frederico Lacerda, explica que o cérebro armazena informações por meio de um processo complexo que envolve a formação de sinapses, que são conexões entre os neurônios.
“Quando aprendemos algo novo, os neurônios se ativam e se comunicam, criando uma rede de sinapses que fortalece essa conexão. Esse processo, conhecido como neuroplasticidade, permite que o cérebro se adapte e reorganize suas estruturas em resposta a novas experiências. Além disso, as informações podem ser armazenadas em diferentes tipos de memória, como a memória de curto prazo e a memória de longo prazo, sendo a consolidação das memórias de longo prazo muitas vezes facilitada pelo sono e pela repetição”.
Segundo o especialista, repetir informações e interligá-las a conhecimentos pré-existentes ativa redes neurais específicas, facilitando a recuperação dessas informações quando necessário. Estratégias como resumos, mapas mentais e revisões periódicas ajudam a consolidar essas conexões, tornando o acesso a essas memórias mais eficiente durante a realização de provas como a do Enem, quando a pressão do tempo e a variedade de questões podem tornar a lembrança de conteúdos um desafio.
Abaixo, confira dicas práticas para se preparar de maneira mais eficiente, ativando a memória de longo prazo!
1. Repetição
Quanto mais repetimos um conteúdo, seja uma leitura ou uma abordagem para resolver problemas matemáticos, mais fácil se torna lembrá-lo futuramente.
2. Diversidade de formatos
Estudar um mesmo assunto por meio de diferentes mídias como texto, vídeo e áudio, aumenta as chances de consolidar e reter essas informações.
3. Comparação
Relacionar ou comparar novas informações com conhecimentos já estabelecidos facilita a assimilação.
4. Associações emocionais
Conectar o material a experiências emocionais ajuda a unir memórias semânticas (fatos) com memórias episódicas (vivências pessoais). Isso cria um laço emocional com o conteúdo, favorecendo a retenção a longo prazo.
Hábitos que contribuem para a boa memória
Para que o cérebro mantenha boa saúde e para que os processos cerebrais ocorram de maneira fisiológica e eficaz, ele deve ter boas noites de descanso, com a média de 9 a 10 horas de sono, deve praticar atividade física ao menos três vezes por semana, ingerir bastante água e manter uma alimentação equilibrada, com muitos vegetais.
“Mudanças simples nos hábitos diários constituem o primeiro passo para trabalhar a memória e torná-la mais eficaz. A prática de meditação também pode ser benéfica, já que reduz o estresse, controla a pressão arterial e ajuda a melhorar a memória de curto prazo”, conclui o médico.
Por Camila Souza Crepaldi