Educação

ARQUITETURA E INFORMAÇÃO

ARQUITETURA E INFORMAÇÃO

A racionalidade, bem comum supostamente compartilhado por todos, desde o iluminismo, é a força matriz de nossa expressividade e capacidade de intervenção.

O poder de atuar sobre a realidade, modificar o ambiente que nos cerca, das mais variadas maneiras, e com a conceituação de progresso incluída nas ações, passa pela revolução industrial até nossa sociedade atual. Mais do que a tecnologia presente nestes meios de atuação e transformação, nossa capacidade racional se baseia na troca de informação para que a globalização mova nossa sociedade capitalista em todo o planeta.

Esta movimentação globalizada apoia-se na comunicação humana e também naquelas que nossa racionalidade, centralizadora das potencialidades de vida do planeta no ser humano, considera menos importantes, mas que também informam.

A trajetória do conhecimento humano e capacidade de representação deste entendimento vem desde as pinturas rupestres, em que o homem das cavernas manifestava seu entendimento daquela intervenção no meio ambiente. Está trajetória, transmitida oralmente ou com registros físicos, sejam eles escritos, obras de arte pictóricas, musicais, etc., tem na arquitetura uma das formas de trazer esta informação da realidade e possibilidades humanas, construída num registro físico com formas sempre estudadas. Formas estas que informam durante o uso e enquanto registro desta intervenção humana no ambiente.

O entendimento das forças concorrentes para a realização do processo, (observando a sistematicidade em outras áreas da ciência) em uma existência específica colocada pela delimitação de uma forma, pode contribuir para o entendimento de como esta transformação pode ser transposta para outros sistemas humanos, mecânicos; ou urbanos e naturais.

Compreender o processo evolucionário da formação de interpretantes, representados em objetos construídos, pode nos levar ao entendimento do conhecimento adquirido nesta ação. As diferentes formas de atuação têm possibilidades diferentes de representação e consideramos a Arquitetura e Urbanismo uma delas. As maneiras de uso e leitura desta imagem transmitida pelo edifício é o foco de interesse para arquitetos e usuários.

A informação processada no uso do espaço pode ser percebida e organizada, e esta é uma das necessidades de entendimento quando se projeta o espaço a ser construído. A formação do arquiteto, além do conhecimento das tecnologias construtivas, é feita a partir deste entendimento entre o usuário e o objeto arquitetônico edificado.

Profa. Sônia Cristina  Bocardi de Moraes – Arquiteta e Urbanista pela PUC Campinas, Mestre pela UNESP, Professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIMAR, sócia do Escritório de Arquitetura ARQMOAL: [email protected]