Uma escola estadual de Vera Cruz (15km de Marília) está ganhando as redes sociais com notícias de alunos aprovados em universidades públicas de renome. À beira de completar 60 anos de atuação, a Dirce Belluzzo Campos já tem pelo menos seis aprovações, espera a confirmação de mais nomes e tem projetos ousados.
Os aprovados até agora já têm vagas na Unesp de Marília, Unesp de Tupã e duas instituições federais pelo Sisu, incluindo a concorrida Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Não tem nada de cotas. São aprovações na raça mesmo. Inclusive uma aluna aprovada pelo Sisu teve média uns 30% acima da nota de corte”., comemora o diretor da escola, Osmar Palmieri.
O diretor elogiou a atuação dos professores – a maioria é de efetivos, com longo período de dedicação, e uma postura de incentivadores dentro das salas de aula. Sem estruturas comuns a cursinhos particulares – como plantões, professores à disposição no contraturno – a escola aposta muito em envolvimento na sala de aula, mas quer melhorar essa relação.
“Temos projeto para implantar monitorias, inclusive alguns ex-alunos nos procuraram. Escolas particulares têm mais facilidade. Não temos verba para pagar os plantões e suporte integral de professores, então tem que ser voluntário, mas estamos trabalhando para isso.”
A escola mantém turmas de ensino fundamental II e ensino médio durante o dia e curso noturno para jovens e adultos. São 650 estudantes e uma estrutura que inclui sala de informática, salas de leitura, salão nobre e espaços bem cuidados. Mas nada muito longe do padrão da rede estadual.
“São professores querendo ensinar, alunos dispostos a aprender e isso acontece”, disse o diretor. Não há comparações ou ranking da rede pública, mas o diretor considera muito positivo o número de aprovações em vestibulares de primeira linha.
“Ainda não fechou a lista. Alguns resultados foram divulgados hoje, outros a gente sabe porque os alunos vêm buscar documento aqui, estamos fazendo o levantamento. Mas o resultado chama a atenção.”
O diretor diz que a escola é “tranquila”, sem casos graves de indisciplina e algumas facilidades por atuar em uma cidade pequena – 10 mil habitantes – que permite maior proximidade com as famílias.
“Isso (aprovações) é resultado de dedicação familiar, alguns casos de alunos que preferem ficar na cidade a fazer cursinho fora, ter que viajar, ficar na estrada. E o fato de ser uma cidade pequena ajuda, qualquer contato com os pais é muito rápido, a presença dos país é grande”,