Educação

Estado abusa de eventuais para cobrir falta de professor titular na região

Estado abusa de eventuais para cobrir falta de professor titular na região

Desde o começo deste ano, a rede estadual de ensino publicou na região de Marília 41 editais para indicação de professores com formação geral para disciplinas que não foram contempladas na atribuição de aulas ou precisaram substituir especialistas.

São casos de alunos em diferentes cidades que ficaram sem professores especializados em história, língua estrangeira, língua portuguesa, matemática ou física. Os “buracos” na agenda de aulas são cobertos pelos chamados eventuais, que raramente têm formação exclusiva na área.

O professor eventual deve ser habilitado em qualquer disciplina e pode dar aulas de qualquer disciplina, exceto Educação Física. Não significa que seja um professor ruim mas não é um especialista na área que é obrigado a cobrir, apesar das exigências cada vez maiores para a formação dos adolescentes.

E a culpa não é das escolas. A adequação das aulas esbarra em dois problemas: um decreto do governador Geraldo Alckmin que proíbe novas contratações e falta de respostas a pedidos de escolas para cadastro emergencial. Esse modelo já foi usado em algumas diretorias de ensino mas não foi adotado em Marília, apesar da reivindicação de diretores.

Algumas das ausências são provocadas por promoção de professores, que passam a atuar como dirigentes ou coordenadores em escolas. O problema foi agravado a partir de julho, quando professores candidatos a prefeito ou vereador tiveram de pedir afastamento das funções.

As aulas com os eventuais são usadas para controle de carga horária oferecida. Ou seja, com um especialista ou com o “genérico” as aulas são consideradas dadas e o calendário escolar segue correto.

Mas não há processo de avaliação do aprendizado. O conteúdo foi apresentado, o aluno só vai saber como foi o aprendizado na hora das provas ou, na pior das hipóteses, no vestibular, já que alguns dos casos envolvem salas de ensino médio, o antigo colegial, preparatório para vestibulares.